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Tráfego e tráfico na mesma rota

Por Luiz Santos, radialista e jornalista

O Conectado News (CN) flagrou na manhã da segunda-feira, 27, duas viaturas – uma da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) e outra da Polícia Militar da Bahia (PMBA) na Avenida Presidente Dutra, em frente ao Terminal Rodoviário de Feira de Santana. O objetivo, segundo informações colhidas, é fiscalizar o transporte clandestino que faz linha principalmente entre Feira de Santana e Salvador.

O combate a esse tipo de transporte em Feira de Santana, neste caso, acontece numa espécie de ‘rodoviária paralela’ que funciona praticamente 24 horas nas ‘barbas’ das autoridades. E não é de agora! A prática ocorre há décadas com vários veículos levando e trazendo passageiros de Feira para Salvador e de Salvador para Feira.

No caso de Salvador, o ponto desse comércio funciona também próximo à Rodoviária da Capital baiana. No município de Simões Filho, a menos de quinhentos metros da Polícia Rodoviária Federal (PRF), às margens da BR 324, ocorre o mesmo, ou seja, carros param e carros saem, subindo e descendo todos os dias da semana.

Após a publicação da reportagem do CN, uma fonte entrou em contato conosco e afirmou que “a estação rodoviária paralela em Feira de Santana, funciona como ‘tráfego que contribui para o tráfico de drogas e armas’”. Obviamente que essas ilicitudes não são praticadas pelas pessoas que trabalham no transporte irregular, pois muitos são pais e mães de família que tiram o seu sustento desse trabalho.

A nosso ver, o que o internauta alertou foi para o fato de que muitos dos supostos passageiros que praticam o tráfico de drogas e armas ‘não embarcam na Rodoviária de Feira ou de Salvador, mas geralmente pegam esse tipo de transporte e descem antes dos pontos finais e/ou vão direto para alguns hotéis nas proximidades destes terminais onde praticam o tráfico, sendo que muitos destes passageiros já foram presos nesses locais’.

Ao que parece, as viaturas da Agerba e da PM que supostamente fazem a fiscalização desse tipo de transporte, salvo melhor juízo, estão ‘enxugando gelo’ ou ‘chovendo no molhado’. Isso porque, até o momento, as fiscalizações não trouxeram nenhum resultado efetivo no combate à clandestinidade. Fato é que o fluxo de passageiros no Terminal Rodoviário parece diminuir a cada ano, e, como disse a fonte do Conectado News, “O tráfego contribui para o tráfico”.

Hely Beltrão

Hely Beltrão

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