Preso pela PF, dono do Master levava vida de luxo
O banqueiro Daniel Vorcaro, detido pela Polícia Federal na segunda-feira (17) ao tentar deixar o país, mantinha um estilo de vida marcado por ostentação, viagens internacionais e uma frota privada de aeronaves. O dono do Banco Master é alvo de investigação por suposta emissão de títulos de crédito falsos, usados para oferecer CDBs com rendimento até 40% acima da média do mercado — retorno considerado impossível pelos investigadores.
Nas redes sociais, a namorada de Vorcaro, empresária e influenciadora com mais de 600 mil seguidores, exibia a rotina luxuosa ao lado do banqueiro. Juntos, eles circularam por destinos como Capri e Puglia, na Itália, Costa Rica, Miami, Alpes Franceses e St. Barths, no Caribe.
Vorcaro também operava três aviões registrados em nome da holding Viking Participações, com sede em Belo Horizonte. Entre eles, um Gulfstream GV, capaz de realizar viagens transatlânticas sem escalas, e um Falcon 7X, modelo que seria usado no voo rumo a Malta quando ele foi abordado pela PF no Aeroporto de Guarulhos. A terceira aeronave é um Falcon 2000, com capacidade para até 19 pessoas.
O padrão luxuoso também apareceu em 2023, quando ele financiou uma festa de 15 anos da filha em uma mansão de Nova Lima. O evento reuniu atrações de renome, como Alok, Dennis DJ e The Chainsmokers. Moradores do condomínio onde ocorreu a celebração chegaram a ser avisados de que, caso o barulho incomodasse, poderiam se hospedar em um hotel de alto padrão pago pelo anfitrião.
Aos 42 anos, nascido em Belo Horizonte e formado em Economia com MBA pelo Ibmec, Vorcaro ganhou projeção a partir das operações do Banco Master, especialmente após negócios firmados com o governo do Distrito Federal por meio do BRB. Ele também figura como acionista da SAF do Atlético-MG, com participação de 20,2% via fundo de investimentos, aporte que está sob análise por possível ligação com recursos do PCC.
A prisão ocorreu um dia depois do anúncio de compra do Banco Master por um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira. Nesta terça-feira (18), o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial da instituição e bloqueou os bens dos controladores e ex-administradores.
