Eliane Miranda Conceição Santos, faleceu na última terça-feira (15) após uma longa e angustiante espera por uma vaga via regulação estadual. Internada inicialmente na Policlínica de Feira, Eliane foi transferida para Salvador por suspeita de dengue. No entanto, após 46 dias e uma série de exames, foi diagnosticada com linfoma não-Hodgkin (LNH) , um tipo de câncer.
Durante esse período, Eliane passou por exames de dengue, infecções, trombose, ultrassonografias, ressonância magnética e outros procedimentos até que, após coleta de sangue e análise na Ufba, veio o diagnóstico. O hospital em que estava internada não dispunha de oncologista nem hematologista, e mais uma vez, a família entrou na fila da regulação — desta vez, para conseguir uma vaga em unidades especializadas como o Hospital Roberto Santos, Hospital das Clínicas, Aristides Maltez, Santa Izabel, Irmã Dulce ou o Hospital da Mulher.
Apesar da liminar favorável concedida pela Justiça, após a atuação da Defensoria Pública e do Ministério Público, o Estado não cumpriu a decisão judicial. A multa diária de R$ 5 mil, estipulada pela Justiça para forçar o cumprimento, também não teve efeito prático. “Eles simplesmente recorreram, pediram mais tempo. E a vaga nunca saiu”, lamenta Ivanildo.
Enquanto isso, Eliane, que ainda conseguia andar e sorrir no início da internação, passou a perder movimentos, forças e a esperança. “Ela já não conseguia mais nem fazer suas necessidades. Eu tinha que dar banho nela, limpar as partes íntimas, tudo. Ela tomava morfina de manhã, meio-dia, de tarde, de madrugada... só pra suportar a dor”, conta Ivanildo, emocionado.
Na reta final da espera, Eliane contraiu uma bactéria no pulmão, que se espalhou rapidamente e agravou ainda mais seu estado de saúde, levando-a à morte. “Ela morreu na fila da regulação, esperando por uma vaga que nunca chegou.”
Ivanildo diz que, após conseguir se recuperar emocionalmente, vai buscar justiça. “Eu vou procurar um bom advogado. O governo do Estado tem que pagar por isso. Não é por dinheiro, é por responsabilidade. Minha esposa era uma mulher de fé, uma pessoa útil pra mim, pra congregação, e morreu por negligência do sistema.”
Por: Mayara Nailanne
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