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Feira de Santana Bengala Verde

Primeira Caminhada da Bengala Verde em Feira de Santana chama atenção para a inclusão de pessoas com deficiência visual

A reivindicação principal do movimento, segundo ela, é o reconhecimento e o respeito às pessoas cegas e com baixa visão

12/04/2025 09h45 Atualizada há 6 horas
Por: Mayara Naylanne Fonte: Conectado News
Foto: Luiz Santos
Foto: Luiz Santos

Aconteceu neste sábado (12), em Feira de Santana, a primeira edição da Caminhada Bengala Verde, um movimento organizado pela Associação Retina Bahia, em parceria com a ADAVI (Associação de Deficientes Visuais de Valença) e a Bengala Verde Brasil. O evento tem como principal objetivo dar visibilidade às pessoas com deficiência visual, promovendo a inclusão e o respeito dentro da sociedade.

Marinalva Batista da Cruz Neves, presidente da Associação Retina Bahia, destacou a importância da ação. "Essa caminhada foi pensada para dar visibilidade às pessoas com deficiência visual. Não só aqui em Feira, mas em toda a Bahia, enfrentamos muitas dificuldades, principalmente para encontrar pessoas que apoiem nossos projetos e que realmente abracem a causa."

Segundo Marinalva, a mobilização reuniu participantes de diversas regiões. "Temos pessoas de várias partes da Bahia e até de outros estados. A presidente da Associação Retina Brasil veio do Ceará para nos apoiar. Ontem também realizamos um seminário com palestras, atividades e ações voltadas à causa, mostrando o quanto estamos mobilizados nacionalmente."

A reivindicação principal do movimento, segundo ela, é o reconhecimento e o respeito às pessoas cegas e com baixa visão. “Queremos ser vistos, respeitados e atendidos em todos os espaços da sociedade. Não como incapazes, mas como pessoas cheias de talentos e habilidades, que só precisam de apoio, oportunidades e acessibilidade para viver com dignidade."

Apesar do foco na deficiência visual, o evento contou com a presença de representantes de outras deficiências. "Nosso objetivo é envolver toda a sociedade. A caminhada é aberta, porque queremos ser vistos. É preciso que as pessoas conheçam essa realidade para entender a importância da inclusão", completou Marinalva.

Foto: Luiz Santos

Rosilene Costa, presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência, afirmou que todos estão muito felizes por participar deste evento, que dá visibilidade às pessoas com deficiência visual e mostra que elas estão ativas e fazem parte da comunidade. "A maior dificuldade ainda é a mobilidade. Muitas lojas não têm rampas e o município ainda não está preparado para garantir o direito de ir e vir. É fundamental que as pessoas com deficiência possam circular com liberdade, estar em todos os espaços, serem vistas e respeitadas."

Ainda segundo ela, o evento é uma oportunidade importante para dar visibilidade às pessoas com deficiência visual, mas a principal dificuldade ainda é a mobilidade, pois o município não está preparado para garantir acessibilidade e inclusão plena

Ângela Souza, presidente da Associação Retina Brasil, falou sobre o movimento da Bengala Verde realizado em Feira de Santana, afirmando que  a  luta é pela saúde ocular, especialmente no combate às doenças raras e hereditárias da retina. "Nosso público é formado por pessoas com baixa visão. Hoje estou aqui com o grupo regional Retina Bahia, que é membro da Retina Brasil, assim como o projeto Bengala Verde, de São Paulo, que também integra nossa rede", contou.

A Retina Brasil está presente nas cinco regiões do país. Chegamos ao Conselho Nacional de Saúde, onde fomos reeleitos recentemente." Nosso trabalho é voltado para o fortalecimento das políticas públicas de saúde ocular, com foco na prevenção da cegueira, reabilitação, acesso à tecnologia assistiva e defesa dos direitos das pessoas com deficiência visual", explicou a presidente. .

Ângela Souza, também atua no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em Brasília, e buscamos a reeleição este ano.

"Aproveito para deixar um recado: procure, ao menos uma vez ao ano, um oftalmologista. Muita gente está perdendo a visão por falta de acesso ao atendimento básico. Defendemos que o oftalmologista esteja presente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), pois nem sempre é possível pagar por uma consulta ou até mesmo por um simples óculos. E um apelo aos professores: fiquem atentos aos sinais. Seu aluno está copiando o que está no quadro? Pisca muito? Esfrega os olhos com frequência? Fique de olho — isso pode ser sinal de dificuldade visual", finalizou.

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