Os motofretistas de Feira de Santana paralisam suas atividades nos dias 30 e 31 de março, aderindo a um movimento que ocorre em diversas cidades da Bahia e do Brasil. A paralisação faz parte do "Black Nacional", uma mobilização que reivindica reajustes nas tarifas pagas pelas plataformas de entrega, que não sofrem alteração há três anos. Em Salvador, o movimento acontece nos dias 29 e 30, enquanto em Ilhéus ocorre nos dias 29 e 30.
Segundo André Freire Reis, vice-presidente dos motofrentistas do estado da Bahia, os entregadores vêm se organizando há cerca de três meses para fortalecer a luta por melhores condições de trabalho. A principal reivindicação da categoria é o reajuste na taxa mínima e a redução da quilometragem mínima para entregadores que trabalham de bicicleta. Atualmente, muitos deles aceitam entregas por R$ 6,50, percorrendo entre 5 e 6 km, o que torna a atividade inviável financeiramente. Para os motociclistas, a tarifa do quilômetro rodado está em R$ 1,50, valor considerado insuficiente diante dos custos operacionais.
Os motofretistas destacam que, apesar da aparente lucratividade, há uma série de gastos envolvidos, como manutenção da moto, combustível, seguros e reposição de peças. "Um simples pneu, que antes custava R$ 150, hoje pode chegar a R$ 420, e o seguro da moto pode ultrapassar R$ 6 mil por ano", explicou André Freire Reis.
A Bahia tem sido protagonista nesse movimento nacional. Salvador e região metropolitana já registraram paralisações anteriormente, e a mobilização segue crescendo. O estado se tornou um exemplo para o país na organização dos motofretistas, que buscam conscientizar os trabalhadores sobre seus direitos e os reais custos da atividade.
Feira de Santana se destaca na mobilização, com forte adesão dos entregadores locais. Grupos de trabalhadores se organizaram para interromper as atividades, bloqueando pontos estratégicos de coleta e distribuição. A paralisação também conta com a participação de entregadores de Vitória da Conquista, Ilhéus e outras cidades baianas, que integram um grupo de articulação estadual.
Os organizadores explicam que a escolha das datas não foi aleatória. A paralisação acontece em finais de semana, período de maior demanda, para aumentar a visibilidade do movimento. Além disso, o dia 1º de abril foi incluído na mobilização como um ato simbólico contra o iFood, empresa que, segundo os motofretistas, utiliza práticas que prejudicam os entregadores. "Escolhemos essa data porque chamamos o iFood de ‘pai da mentira’, devido às promessas não cumpridas", afirmaram os representantes do movimento.
O "Black Nacional" conta com o apoio de lideranças de diversas regiões do Brasil e já teve edições anteriores em São Paulo, onde os trabalhadores conseguiram interromper as entregas na capital paulista. No entanto, os organizadores denunciam que empresas como o iFood tentam desmobilizar os entregadores, chegando a ser multadas por práticas antissindicais.
Em Feira de Santana, a expectativa é de que a paralisação tenha forte impacto no serviço de entregas, reforçando a luta da categoria por melhores condições de trabalho e remuneração justa. Os organizadores seguem mobilizados, buscando conscientizar mais trabalhadores e pressionar as empresas por mudanças efetivas no setor.
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