A cidade de Feira de Santana está promovendo nesta terça-feira (11), a 2ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, com o tema “A Saúde do Trabalhador como Direito Humano”. O evento tem o objetivo de discutir políticas públicas voltadas à saúde dos trabalhadores e formular propostas que poderão integrar o Plano de Gestão Municipal de Saúde.
A conferência é organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, que desempenha um papel fundamental na formulação e aprovação das políticas de saúde do município. Segundo Ana Cristina Franqueira, coordenadora da Secretaria Executiva do Conselho, todas as conferências de saúde da cidade passam pela apreciação e aprovação do órgão.
"Toda conferência tem um resultado, uma proposta, e essa proposta busca harmonizar as políticas de saúde do trabalhador. Durante o evento, teremos discussões divididas em três eixos temáticos. Cada um abordará questões específicas, com propostas que serão debatidas, votadas e, possivelmente, incorporadas ao plano de gestão municipal de saúde", explicou Ana Cristina.
Saúde mental e condições de trabalho em debate
O evento também serve como etapa preparatória para a 5ª Conferência Estadual de Saúde do Trabalhador, que ocorrerá em junho, em Salvador, e para a 5ª Conferência Nacional, prevista para agosto, em Brasília.
De acordo com Odroaldo Santos, delegado da Conferência Municipal e coordenador da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador, a conferência local foca na relação entre trabalho e saúde, incluindo acidentes laborais e doenças ocupacionais.
"O Brasil estará debatendo esse tema até agosto, buscando entender como o trabalho influencia o processo de adoecimento. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram um crescimento alarmante dos problemas de saúde mental, especialmente entre as mulheres", destacou.
A precarização das relações de trabalho também está entre as principais pautas da conferência. Odroaldo apontou que a reforma trabalhista de 2017 intensificou a carga horária e precarizou condições laborais, afetando diretamente a saúde mental dos trabalhadores.
"A ampliação da jornada de trabalho e a flexibilização dos vínculos empregatícios têm levado ao aumento da ansiedade, do estresse e de diversas doenças mentais. A conferência discutirá formas de enfrentar esses desafios e fortalecer a política de saúde do trabalhador no SUS", afirmou.
Outro ponto de destaque é o fortalecimento do Sereste (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), unidade regional que atua na prevenção de doenças relacionadas ao trabalho.
"Acidentes e doenças ocupacionais são previsíveis e preveníveis. O SUS deve não apenas tratar os trabalhadores adoecidos, mas, sobretudo, investir na promoção da saúde para evitar esses problemas", concluiu Odroaldo.
Com informações: Luiz Santos
Por: Mayara Nailanne
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