O Governo Federal anunciou recentemente uma medida para desonerar alguns alimentos da cesta básica, buscando reduzir os preços para os consumidores. No entanto, segundo o economista e professor da Universidade Estadual de Ferreira de Santana, Antônio Rosivaldo Silva, o impacto será mínimo para os consumidores, uma vez que o maior peso tributário nos alimentos provém dos impostos estaduais.
"Muito pouco, vai ser muito pouco porque o que pesa no preço do alimento em forma tributária é o imposto estadual, que nós chamamos de ICMS. Esse imposto incide sobre o frete e sobre o preço da mercadoria. Ora, se esse imposto não é zerado, pouco impacto vai ter para o preço dos alimentos", explicou o professor.
Rosivaldo comparou a medida com um copo cheio de água: "Você tira um pouco de água, mas se a torneira continuar aberta, o copo enche de novo. Assim acontece com os preços: mesmo com uma redução temporária de impostos, o aumento nos custos operacionais faz com que os preços voltem a subir".
O economista destacou que a solução ideal seria uma isenção do ICMS pelos governos estaduais, já que esse tributo tem um peso maior nos custos dos alimentos. "O governo federal pode reduzir impostos, mas são os 27 governadores que detêm o poder de isentar o ICMS da cesta básica. No entanto, até agora, nenhum governador se manifestou favorável a essa redução, nem mesmo os aliados do governo", pontuou.
A situação é ainda mais crítica neste período do ano, com a alta sazonal dos preços para produtos típicos da Semana Santa. "Não sentiremos redução alguma nos supermercados. Pelo contrário, os preços continuarão elevados", alertou o professor.
Políticas de Estoque Regulador como Solução
Diante do cenário econômico e das mudanças climáticas que afetam a produção de alimentos, Rosivaldo sugere que o governo retome uma política de estoques reguladores. "Com as crises climáticas, temos mais secas e enchentes, que devastam plantações e desequilibram a oferta de alimentos. Uma forma de conter a alta nos preços é o governo comprar alimentos quando há excesso de produção, garantindo um preço mínimo, e vender esses estoques quando a oferta cai", explicou.
No entanto, ele ressalta que essa estratégia não se aplica a produtos altamente perecíveis, como ovos, que têm prazo de validade curto. "Para esses produtos, o governo precisa adotar outras estratégias de regulação de mercado", concluiu.
Com informações: Luiz Santos
Por: Mayara Nailanne
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