Fluminense de Feira poderá perder SAF, CT e permanecer com dívida milionária; Entenda

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Os torcedores do Fluminense de Feira, o "Touro do Sertão", foram pegos de surpresa na última semana com a notícia da penhora do CT (Central de Treinamento) para o pagamento de uma dívida trabalhista. Rômulo Caribé Pereira, vice presidente do Conselho Fiscal do Fluminense de Feira, revelou ao Conectado News, que a situação é muito mais grave do que tem sido divulgada, havendo o risco do clube perder a SAF (Sociedade Anônima de Futebol), o CT e ainda assim não conseguir pagar a dívida.

"Na sexta (28) aconteceu uma assembleia extraordinária onde foi passado alguns pontos sobre a situação do Fluminense de Feira, nesse ponto, o CT tem uma penhora por causas trabalhistas e está indo a leilão, para evitar isso, a SAF foi levantada a hipótese da SAF comprar, passando a ser a dona do CT do Fluminense, acertando com o clube o pagamento dentro do prazo da RCE (Regime Centralizado de Execuções), isso está acontecendo porque o Fluminense de Feira não conseguiu na Justiça o acordo do RCE, regime que facilita o pagamento de dívidas trabalhistas".

Valor de venda do CT, valor da dívida trabalhista e lance mínimo para arremate

"Não sabemos, a Justiça do Trabalho estipulou um valor muito baixo, R$ 2 milhões e 900, com relação ao valor da dívida trabalhista, foi informado em reunião que a dívida era de R$ 3 milhões para pagamento até o dia 20 de março, seria pago a fim de evitar a penhora e a quitação do débito trabalhista se pagaria R$ 1 milhão e 300 mil dividido em 25 vezes, mas, segundo também foi levantado, que o contrato da SAF é ligado ao clube, se não tiver o CT, não tem mais contrato, foi uma coisa que pegou todo mundo de surpresa, a não aceitação desse parcelamento, uma dívida que seria negociada em 120 meses e a Justiça disse que não, para o Fluminense de Feira apenas 25 vezes".

Origem da dívida

"A dívida é de longa data, década de 1990 para cá, porém, foi dito que está indo para a execução porque a área foi penhorada em 2020".

Recusa da SAF em pagar o débito

"No site do clube está exposto o contrato da SAF, toda a dívida do Fluminense de Feira seria assumida pela SAF, mas essa dívida seria através do RCE em um prazo de R$ 120 meses, mas a Justiça do Trabalho não aceitou, alegando que o Fluminense de Feira já fez outros acordos e não cumpriu, e fixou o prazo em 25 vezes, a SAF se manifestou e disse que o acordo com ela não era pagar em dois anos, mas em 10, assim, saiu essa proposta, nada está fechado, foi feita uma comissão para avaliar as propostas e acontecerá uma assembleia onde todos os sócios adimplentes decidirão se vende ou não e como vai fazer".

De acordo com Rômulo, em reunião foi informado de que não houve repasse da SAF ao clube, por tanto, o Fluminense de Feira não tem caixa para pagar a dívida

"O clube já deveria ter um dinheiro em caixa, nos disseram que na realidade a SAF ficou pronta esta semana e que os valores começariam a ser repassados quando a SAF ficasse pronta e não no dia do acordo. Segundo que foi passado em reunião, é um procedimento demorado, primeiro na FBF (Federação Baiana de Futebol), depois na CBF (Confederação Brasileira de Futebol)".

Acesso da diretoria ao contrato 

"O Conselho Fiscal não teve acesso, por isso, foi enviado ao Conselho Deliberativo para por em Assembleia e decidir, se aceita ou não a SAF, porque não podíamos opinar em algo que não vimos".

Data da assembleia

"Acredito que será nessa ou na outra semana, porque até o dia 17 tem que ser pago esse valor na Justiça do Trabalho, ainda não há uma data definida. Se não for pago, o CT irá a leilão, se for vendido por um valor inferior à dívida, o clube perde o CT, fica com a dívida e perde a SAF".

Segundo Rômulo, a área há muitos anos está em nome do clube.

"A área está em nome do clube, há anos, pois quando o terreno foi comprado para doação na mão de uma pessoa idosa, foi feito o documento e pelo que fiquei sabendo, pois tenho pouco tempo no Fluminense de Feira, logo após assinar o contrato no cartório de compra e venda e registrou, o senhor que era o herdeiro anterior faleceu". 

Tamanho da área

"Segundo o que nos foi passado, aproximadamente 88 mil metros quadrados.