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Feira de Santana Precatórios FUNDEF

PGM diz que APLB não tem interesse real de ajudar os professores em Feira; Marlede rebate e o chama de mentiroso;

Feira de Santana

28/02/2025 15h28 Atualizada há 3 semanas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

O Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM desta sexta (28), foi palco de um embate entre o procurador Geral do Município, Augusto Graça Leal, mais conhecido como Guga Leal, e a diretora da APLB Sindicato (Associação dos Professores Licenciados da Bahia), a professora Marlede Oliveira, motivado por uma decisão judicial publicizada pela assessoria de comunicação da instituição na quinta (27), que mencionava a suspensão de qualquer movimentação antecipada dos precatórios do FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), aprovada na Câmara de Vereadores em 2024.

De acordo com Guga Leal, a APLB não tem interesse real de ajudar os professores, pois a sentença na verdade tem como objetivo suspender o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) feito pela equipe do Ministério Público da Bahia (MPBA). Guga Leal disse ainda estranhar o valor dos honorários advocatícios do advogado do sindicato e que a ação em favor dos professores foi ajuizada no segundo governo José Ronaldo (UB) e não pela APLB.

"É bom deixar claro, que em 2006, a Prefeitura de Feira de Santana entra com ação contra a União, em 19 de dezembro de 2023, de acordo com o ação, cadastra a APLB como “Assistente Simples”, ou seja, o sindicato aparece 17 anos depois no processo,  todo o trâmite realizado no segundo mandato do prefeito José Ronaldo (UB) em 2006, determinado por um juiz de Feira de Santana, determina que 60% do valor seja bloqueado para garantir os direitos dos professores, a APLB junta uma petição pedindo para ser interessado, mas quem entrou com ação foi a Prefeitura através do prefeito José Ronaldo. Nessa mesma decisão, diz que a APLB e o município devem procurar, juntos ou separados, o Ministério Público Federal (MPF) ou Estadual para viabilizar o TAC para garantir o emprego dos 60% aos professores. Fomos errados em procurar o MP sozinho? Não, porque é uma determinação judicial, na quarta (26) o próprio juiz na decisão, não suspendeu o TAC, pede somente enquanto pendente a disputa jurídica a respeito da destinação das verbas, por cautela jurídica, não é possível a liberação. Esse valor consta bloqueado desde 2023, não existe nada novo, nessa decisão da quarta (26), a APLB solicitou ao Judiciário o cancelamento do TAC, afirmando que o MP não é confiável. O rito continuará nas próximas semanas, onde publicaremos o TR (Termo de Referência) do chamamento público das empresas. Alguns podem se perguntar: por que a APLB está fazendo tudo isso? Acredito que se a APLB tivesse real interesse em ajudar os professores, chegaria nos autos, ciente do TAC e solicitar o procedimento feito, não pedir o cancelamento para participar do processo, não tem necessidade, pois ela não é parte, é assistente simples. Quando se paga um sindicato, você já tem direito a advogado, a briga toda é por conta dos honorários advocatícios estabelecidos em 10% do associado e 15% não associados do sindicato por conta da ação judicial. Por exemplo, de um montante de R$ 300 milhões, 10%, ou seja, R$ 30 milhões será destinado ao pagamento dos honorários, a questão é essa. Isso seria normal se eu não fosse sindicalizado, se eu já pago o sindicato e isso me dá direito a um advogado, por que vou pagar de novo? Qual a necessidade de se pagar todo esse valor, se o dinheiro será creditado na conta dos professores, sem precisar de intervenção?

A professora Marlede Oliveira rebateu o procurador, o chamando de mentiroso, acusando-o de não respeitar decisões judiciais e afirmando que o cancelamento do TAC se deveu por que a reunião para composição do termo ocorreu à revelia do sindicato, ou seja, a APLB não foi convidada, uma vez que segundo ela, há uma decisão judicial que diz que somente a APLB pode representar os professores no município e não o SINDESP (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais).

"O juiz federal Herley Brasil concedeu a decisão favorável a APLB, não ao governo ou a Procuradoria do Município na quarta (26), é uma decisão que precisa ser respeitada, todos tem conhecimento disso, outra coisa, a procuração do advogado do SINDESP , o Sr. Danilo, falando de precatórios para pagar os professores, porém, a ação de precatórios quem conseguiu os 60% para os professores, foi a APLB, não o SINDESP de Feira, que nunca esteve na luta, agora que apareceram, em 2024, quando o ex-prefeito Colbert Martins (sem partido) queria vender todo o montante com deságio para os bancos, juntamente com os professores que não queriam vender, entramos, não conseguiram fazer isso porque modificou a lei que estava na Câmara de Vereadores, que garante o direito de escolha. Pergunto ao procurador Guga Leal: porque eles também tem um advogado que passou uma procuração para os professores assinarem, que não são do sindicato? Ele não é da APLB, nós é que representamos o trabalhador da educação em Feira de Santana, mas o governo botou o SINDESP no meio disso. Semana passada, quando o prefeito fez uma reunião na SEDUC (Secretaria Municipal de Educação) a APLB não foi chamada, mas chamaram o SINDESP, chamaram Hamilton Ramos e outros da diretoria do SINDESP, existe uma decisão da Justiça do Trabalho afirmando que este sindicato não representa professor, temos todas as decisões judiciais. Me causa espanto, o Sr. Guga Leal, achar que o município virou terra sem lei, não respeita decisão judicial, dizendo na quinta (27) que não vai cumprir a decisão, a liminar não foi proferida pela APLB, mas pela Justiça Federal, dizendo que a APLB precisa fazer parte do TAC dos precatório do FUNDEF. Consta na lei, sancionada pela gestão anterior, que é necessário que conste na comissão representante dos trabalhadores, que segundo a Justiça, é a APLB. Eles querem colocar o SINDESP como representante dos professores em Feira de Santana, mas não são, o governo municipal não quer reconhecer a APLB como representante legítimo para discutir precatórios, temos decisão judicial favorável, entendo que o Sr. Guga Leal precisa respeitar as decisões judiciais e não ficar falando mentiras para a população. É por isso que a decisão diz que deve aguardar parecer do Conselho do MP, pois fizeram uma reunião à revelia da APLB, sem a nossa participação", disse.

Em resposta, o procurador pediu respeito e afirmou que Marlede estava totalmente equivocada em seus posicionamentos.

"Não sou nenhum tipo de mentiroso, peço respeito, e dizer que a professora Marlede está totalmente equivocada, é obrigatório o TAC e passar pelo Conselho do Ministério Público Estadual, não porque ela quer ou pediu, a APLB tem que ser muito clara com os professores, o sindicato pediu o cancelamento do TAC feito pelo promotor Audo Rodrigues", concluiu.

Confira na íntegra abaixo o áudio da entrevista.

2 comentários
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Diana Há 2 meses Feira de Santana -Bahia O procurador Guga Leal está certíssimo em sua fala. Se os professores tivessem o apoio da APLB, já teríamos recebido essa antecipação em 2024. No entanto, o sindicato que se diz único representante dos professores só tem agudo para que a gente não receba os Precatórios, que Deus nos livre desse representante!
jarbasgeoHá 2 meses Feira de SantanaPura verdade dita pelo procurador!! A direção da APLB se apropriou de um discurso marxista utópico de maneira equivocada, por interesses puramente politico, se utilizando dos professores como massa de manobra. Neste trajeto, muitos filiados morreram, adoeceram e perderam a esperança!! Puramente por interesse individual egocêntrico e egoista, desta direção!! Até quando o partidarismo reinará sobre o destino do tão sonhado e batalhado dinheiro????
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