Por Luiz Santos e Hely Beltrão
O Conectado News tem publicado periodicamente diversas matérias alertando a população sobre os mais diversos tipos de golpes e como não cair neles. Recentemente nas redes sociais, a esteticista Fabiane Santos, mais conhecida como "Fabi" relatou em publicação no seu Instagram, que foi vítima de golpe financeiro aplicado por uma falsa arquiteta, que lhe prometeu entregar o projeto de sua tão sonhada clínica de estética.
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Em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, concedida na manhã desta quarta (19), Fabi relatou que possivelmente mais de 200 pessoas tenham sido vítimas. Juntamente com ela, compareceram ao estúdio, a professora aposentada Maria Conceição Braz Carneiro, Roseneide Oliveira Lima e o empresário Marcio, mais conhecido nem Feira de Santana como "Buja". Fabi relatou como tudo aconteceu e o modo de ação da criminosa.
"Estou levantando a voz não por mim, mas pelas 200 vítimas que já entraram em contato comigo relatando a mesma coisa, algo que de fato me indigna porque nada é feito em relação a essa mulher, infelizmente ainda não posso falar o nome, porque posso passar de vítima a ré e as acusações são muito graves. No meu caso, o golpe já chega a quase R$ 100 mil no total e outras pessoas foram envolvidas, ela usa o nome de pessoas idôneas, são muitas vítimas, ela não se satisfaz apenas em tirar o dinheiro, mas em ameaçar e tirar a dignidade, acusando-as nas redes sociais".
Como tudo aconteceu
"Ela viu uma postagem que tratava a respeito de uma mudança que faria em minha clínica, uma reforma, estava procurando uma amiga, muito querida e competente, uma arquiteta, que tinha dito que fazia questão de produzir o meu projeto. Como o Instagram é um meio de comunicação muito rápido, ao dizer que estava procurando uma profissional, essa suposta arquiteta viu a mensagem através de uma seguidora minha que a conhecia e me pediu para fazer esse projeto, disse que era algo pessoal, que estava voltando para o mercado e que sabia que eu tinha um nome em Feira de Santana, já tive programa de rádio também e ela queria vincular esse projeto ao meu nome para que pudesse ter mais clientes. Inicialmente ela disse que não faria isso gratuitamente, algo que muitos me questionam, que fui Inocente em aceitar algo gratuito, pois ninguém dá nada de graça. Os meus procedimentos são procedimentos caros, trabalho com harmonização, estética avançada, procedimentos que variam entre R$ 15 mil a 20 mil, ou seja, era uma troca, eu faria um serviço, ela outro, não tinha nada de graça, mas não envolveria valores. Porém, na primeira semana, isso já mudou, ela me solicitou R$ 3 mil para impressão em uma gráfica, dei tranquilamente, na segunda semana, ela começou a dizer que era algo pessoal e que o meu sonho tinha se tornado o sonho dela, porque ela tinha uma uma rixa com alguém do prédio e que ela queria esse projeto como vingança. Nisso, ela me ofertou R$ 98 mil reais em seu cartão de crédito e me disse: “amiga, deixa eu fechar o projeto inteiro, vou passar R$ 98 mil em meu cartão, pois como você não quer inaugurar agora, vai fazer a obra aos poucos, quero fazer tudo de vez e inaugurar em 15 dias”.
"Obviamente não sou criança, neguei na mesma hora, disse que não tinha condições de comprar no cartão dela, que me disse que ia passar em seu cartão e que eu pagaria como pudesse, uma proposta tentadora, na mesma hora eu subi e comentei com minha filha que a proposta era estranha, como alguém que não me conhece, vai passar um valor tão alto no cartão? Liguei para ela no mesmo dia, agradeci, disse que não queria e que deixamos do jeito que eu poderia pagar. Ela disse: “Tá bom, você que sabe, mas o projeto andaria mais rápido, ficamos assim. Depois, peguei o número de outro construtor para começar o projeto e aí ela dizia que o profissional era enrolado, burro, que não saberia fazer as coisas, como suposta arquiteta, eu confiava, ela sempre dizia que tinha de tomar conta de tudo. Novamente veio a proposta: “Fabi, tenho desconto em todas as lojas, vou te repassar meu desconto, para você acabar logo, porque é meu sonho, quero que inaugure, quero me vingar” Só que comecei a estranhar: as pessoas me perguntavam: “Fabi, ela não tinha contrato”? Sim, existia, ela não tem medo, fez um. “Fabi, ela não te mostrou nada?” Mostrou, ela falsificou a logomarca e me enviou. E por que não verifiquei junto a empresa? Por que ela estava fazendo em seu próprio nome e seria antiético da minha parte questionar se realmente deram esse desconto a ela. Ela começou a embolsar vários valores, foi quando percebi que eu estava sendo extorquida, por conta da forma como ela conduzia a situação, porém, como queria muito sair dessa situação. Isso durou de outubro de 2024 até agora, com relação a valores é algo recente. Qual era o método para me extorquir? Ela sabe que sou uma pessoa muito correta, e chegava assim: “Fabi, preciso dar R$ 6 mil porque consegui um desconto”. Eu dizia: “para hoje R$ 6 mil não tem como, precisamos programar no fundo de caixa”. Duas horas depois, ela ligava: “já paguei". Eu surtava, porque eu sou muito correta. Eu dizia: “criatura, por que que você pagou, não estava programada para hoje”. Ela dizia: “você quer ferrar minha vida, que me lasque?”, e aí começava a pressão psicológica, a me afogar no desespero, falei com meu marido e com meu irmão, que era contra a dar mais dinheiro, mas tudo que eu queria é que ela entregasse a minha clínica pronta, porque não tinha onde atender".
Boletim de Ocorrência registrado e atitude soberba da criminosa
"Já registramos queixa, inclusive durante o registro, estava dentro da loja da criminosa, estava sendo extorquida no momento, minha vida estava correndo risco, me senti ameaçada, acabei ficando com medo lá dentro, pedi ajuda à polícia, que foi lá, ela foi conduzida, para a delegacia na viatura, lá ela já começou a ela tem uma linha de trabalho que é igual com todas as vítimas, la ela começou, possui um método utilizados com todas as vítimas, começa a acusar. “Você sabe quanto custa essa bolsa que estou usando? Custa R$ 35 mil, isso é uma pobre coitada, sou branca. Ela tentou acusar o policial, que a mandou se respeitar. Ela é uma pessoa totalmente desequilibrada".
Professora Maria Conceição Braz Carneiro
A professora aposentada Maria Conceição Braz Carneiro, mais conhecida como "Ceiça Carneiro", contou como a falsa arquiteta tornou a vida de sua família um pesadelo.
"Ela começou a namorar meu filho, a partir do momento que foi criado um projeto para abrirmos uma joalheria no Charman, em 2023 começou ela começou a namorar meu filho mesmo sendo casada. Eles terminaram, voltaram, levou uns R$ 40 mil em um projeto simples, que iria acompanhar, não acompanhou, o projeto foi mudado e passou essa fase. Em 2024 culminou com o término desse namoro, no mês de outubro, ela para se vingar, denunicou meu filho por agressão, disse que eu também a tinha agredido, dizia que tinha uma carta na manga, “sou branca, rica e vocês não são ninguém, tenho gente grande me protegendo em todas as esferas jurídicas, vocês ficarão desacreditados”. Nisso, começou a difamar nossa loja no Instagram dela e mesmo sendo proibida, ela falava horrores, chegou a me chamar de Corcunda de Notre Dame, as pessoas me conhecem, sou professora aposentada da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), tenho minha idoneidade, caráter e honestidade. Não é só pelo dinheiro, ela destruiu vidas, a saúde mental e financeira de muitas pessoas, vivo assustada porque ela ameaça não com medo dela, mas a nossa saúde mental e emocional é abalada porque ela não tem escrúpulos e continua dizendo que tem costa larga, que consegue tudo o que quer e que não somos ninguém, assim ela ameaça e consegue o dinheiro, benefícios e depois sai rindo, quando inclusive ameaçou a mim, o meu filho e a nossa colaboradora de prisão. Na sexta (14) à tarde, estávamos na loja, temos como comprovar, já existe toda uma denúncia, com os prints do Instagram que ela não poderia estar falando nem comigo ou com meu filho".
"Ela usou meu nome indevidamente"
Márcio do ramo de construção, mais conhecido em Feira como "Buja", relata que a criminosa usou seu nome para obter benefícios em lojas da cidade.
"Fui envolvido porque ela usou meu nome dizendo que eu estava executando a obra e pegando o dinheiro da cliente e dizendo que estava passando para mim, faz muito tempo que não tenho contato com ela. Ela usou meu nome porque tenho boa reputação em Feira de Santana. Ela também usou o nome de outras pessoas de lojas de móveis e de material de construção".
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