Por Luiz Santos e Hely Beltrão
Na série de reportagens especiais que antecipam a cobertura do Carnaval 2025, ano em que se comemora 40 anos da Axé Music, após entrevista com Narcisinho da Banda Olodum, o Conectado News conversou com Tuca Fernandes, que conta aos nossos leitores, como utilizou a sua experiência no Rock para revolucionar o Axé e se tornar uma referência no Axé em uma época dominada por grandes nomes como Luiz Caldas, Ricardo Chaves, Durval Lelys com o Asa de Águia, Chiclete com Banana, entre outros.
"Desses 40 anos vivi 30, a Axé Music começou em 1985, com o “boom” de Luiz Caldas, eu tinha uma banda de Rock, mas acompanhava muito, tinha dois amigos, Durval Lelys e Ricardo Chaves, Ricardo era meu colega na faculdade e Durval meu parceiro de Surf, eu os acompanhei, ia para os shows de Ricardo ainda na Banda Eva e Durval saindo do Pinel para montar a Banda Asa de Águia em 1987. Em 1993, acabei com a Banda Diário Oficial e comecei o Jeremias. Meu primeiro ano tocando em bloco foi em 1995, Jeremias. Estou muito feliz, minha mãe sempre teve esse sonho de que eu fosse cantor de trio, minha mãe adorava porque eu tinha banda de Rock, mas ela gostava porque eu era cantor, mas ela preferia que eu fosse cantor de trio, quando comecei a tocar em cima do trio, ela realizou o sonho dela também.
Tuca ressaltou a importância dos estudos.
"Com certeza os estudos são muito importantes, minha mãe quando eu disse que queria ser músico, ela me disse que primeiro eu tinha que me formar primeiro, em 1982 ingressei na faculdade, ela me levou para conhecer a na época Irmã Dulce, em 1981 para pedir a ela para eu passar na faculdade, minha mãe era muito devota, fui com a camisa da Banda Diário Oficial, daí eu fui aproveitando pedindo para passar da faculdade, aproveitei para pedir também, que eu tivesse sucesso na música. Em 1982, fiz o vestibular e passei em três faculdades, em 1987 me formei e dei o diploma para a minha mãe, que me disse: “agora você pode seguir sua vida”. Paralelo a faculdade, eu tocava em barzinho, foi nesse momento que tive a ideia do nome da banda Diário Oficial. Na época chegou uma pessoa com aquele jornal grande da época, com o nome Diário Oficial, jogou na bancada, onde eu pensei: esse é o nome".
O músico revelou como utilizou sua experiência no rock para fazer algo diferente.
"Sempre tivemos essa característica de misturar as coisas, porque é minha essência, quando começamos com Jeremias, época em que o Axé estava em alta, década de 1990, sabíamos que para ter um lugar ao sol, teríamos de fazer algo diferente. A princípio já éramos diferentes porque as outras bandas de Axé não tinham duas guitarras, apenas a nossa, usávamos muito pedal de overdrive (pedal de overdrive é um acessório para instrumentos musicais que simula o som de um amplificador valvulado saturado. Ele adiciona distorção e saturação ao sinal de áudio, permitindo que o músico personalize o timbre), o que deu uma sonoridade diferente. Lembro que em nosso segundo disco “Amor,”Amor”, lembro que faziamos parte do Staff da produtora de Netinho, estavamos com Misael Tavares, que é empresário do cantor Netinho, recebemos uma ligação de um representante da maior rádio de Salvador, não me lembro o nome, mas lembro dele falar com Misael que a música “Amor Amor” é um sucesso".
Bordão “essa é a minha galera”
"Sempre quando chegava nos trios e observava as pessoas nos seguindo, eu sempre dizia: “que massa, essa é a minha galera”. Um dia quando fomos gravar, a música “É verão”, sempre gostava de falar alguma coisa após os solos para não ficar aquela coisa muito fria quando gravava um disco que não era ao vivo, dizia “bora galera, sai do chão”, para poder movimentar à música".
Rei do Carnaval em Minas Gerais
"Minas é um Estado grande e que tem muita cultura, muitos movimentos culturais, como o Clube da Esquina, rock anos 90, com Skank, Jota Quest, Pato Fu, eles têm uma cultura muito forte. Quando chegamos com o Axé na época em que estourou, tinha o Carna da Elô, o Axé Brasil, ou seja, tinha vários festivais, pois o mineiro assumiu sim a identidade baiana de curtir e querer o carnaval, invadiu as praias, a cidade, uma canção gravada por mim, de nome “Axé Brasil”, que falava sobre o festival. Essa música foi o marco algo que juntou a galera, muitos shows que fizemos, corremos o interior de Minas Gerais, ganhei o título de cidadão belo horizontino, isso foi crucial para que tivéssemos essa coisa com Minas, tenho muito orgulho de ter dupla cidadania, hoje posso dizer que sou baianeiro".
Agenda Carnaval 2025
"Começarei o Carnaval 2025 no bloco “Que Nada” em Salvador,depois no camarote Brahma. Após isso, começo a rodar o interior de Minas, sexta e sábado uma dobradinha, em Minas também, nos municípios de Carmo do Rio Claro, depois Cláudio, Diamantina, Brumadinho, depois vou para Belo Horizonte, em seguida para Divinópolis e por último na terça em Porto Seguro", concluiu.
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