“A zona rural foi abandonada pelo poder público”, diz Conceição Borges sobre a Prefeitura de Feira

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Entra e sai governo e a população da zona rural reclama da falta de investimento e descaso com seus habitantes. Em entrevista concedida em 2022, durante a gestão Colbert Martins (sem partido), a atual presidente do MOC (Movimento de Organização Comunitária) Conceição Borges, disse que os investimentos na zona rural deixavam muito a desejar.

Em entrevista concedida ao Conectado News nesta sexta (7), Borges relatou à reportagem que até o momento não houve diálogo com o governo José Ronaldo (UB) e apontou as maiores necessidades da zona rural de Feira de Santana.

"Ainda não houve conversas com o governo municipal, atualmente estou na presidência do MOC (Movimento de Organização Comunitária), recentemente tivemos uma reunião do Conselho de Segurança Alimentar com várias representações, a nossa luta é para garantir a posse desse conselho, prometeram que isso aconteceria, é um passo importante para organizar a comunidade e a segurança alimentar em nosso município. Também estamos dando tempo para a nova gestão, sabemos que Feira de Santana é um município grande e que tem demandas e problemas de todos os tipos, por isso, aguardaremos o prefeito ter noção das demandas, para em seguida pedir uma audiência para tratar das dificuldades e das alternativas".

"Não adianta ter um bom secretário se não tiver orçamento"

"A zona rural de Feira de Santana tem necessidade de muitas coisas, que vão desde a educação, saúde, investimento para produção de alimentos e escoamento da produção, são demandas históricas. Tivemos a oportunidade de estar duas vezes com o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos Silvaney Araújo, que se fez presente na reunião do conselho, colocando-se à disposição para dialogar com as organizações do campo, porém, convém ressaltar, que não mais importante que ter um bom secretário é ter orçamento. Qual foi o secretário de Agricultura ruim? Todos eles foram muito bons, mas não tinha orçamento, quando existia orçamento não havia projeto para que fosse investido na zona rural. Durante a conversa, o secretário apontou algumas demandas, a exemplo do inverno, ver a demanda de sementes e trator, mas, sempre chamamos atenção que a zona rural não vai se resolver apenas com distribuição de sementes e com horas de trator, isso ajuda em um momento específico, precisamos de investimento para o desenvolvimento, pois a zona rural foi abandonada pelo poder público,  a cada ano que passa isso vem se agravando, são feitos apenas paliativos, não há projeto de investimento e desenvolvimento. Se o secretário não tiver orçamento e equipe de campo, veremos um secretário com boa vontade, mas, do ponto de vista do desenvolvimento, continuará igual", concluiu.