Por Luiz Santos e Hely Beltrão
De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental no mundo. Para falar sobre essas questões e também a respeito do Janeiro Branco, o mês de conscientização da saúde mental, o Programa Levante a Voz entrevistou a piscóloga Patrícia de Barros, que abordou o tema, focando nas crianças e adolescentes.
"O Janeiro Branco é uma campanha que visa conscientizar a população sobre a importância da saúde emocional e mental, que merece a mesma atenção que a saúde física. Por que janeiro branco? Por que representa folhas, telas em branco, onde você pode projetar expectativas, desejos, histórias e mudanças".
Doenças mais comuns
"Ansiedade, depressão, Burnout, são síndromes que têm acometido as pessoas devido a falta de cuidado com a saúde mental. Nas férias, precisamos ter esse cuidado redobrado".
Patricia diferenciou a depressão de um sentimento comum de tristeza.
"Muitas pessoas pensam que é só tristeza, mas também é apatia, desmotivação, que se instala após duas semanas. Por exemplo: estou triste hoje porque estou sem dinheiro, ou seja, eu sei o motivo da minha tristeza, mas, diferente disso, a depressão é uma tristeza profunda da qual você não sabe o motivo".
Aumento dos casos de depressão
Isso depende muito da estrutura familiar, ambiente, passamos pela pandemia, situação que impactou muito a nossa saúde mental, muitas pessoas surgiram com ansiedade e depressão, pois a pandemia mostrou que nem tudo está sob nosso controle".
Ansiedade infantil por conta das férias. O que fazer?
"A proibição do uso dos celulares nas escolas será implementada em breve, mas, será que em nossas casas podemos tomar essas mesmas medidas? A saída é apostar nas negociações na tomada de decisões em cada faixa etária da criança, porém, é importante lembrarmos que crianças de 3 anos não devem fazer uso do celular, as férias chegam com essa preocupação, pois crianças e adolescentes estão longe dessas obrigações e pais ficam na dúvida: o que fazer com esse tempo livre? Durante as férias, as crianças ociosas, chorando, com muita energia, os pais nervosos, sem muita opção, disponibiliza o celular, para distrair, acalmar. É uma estratégia, que no primeiro momento parece infalível, pois a criança fica mais tranquila, mas isso pode trazer efeitos negativos a longo prazo. Não adianta apenas tirar, mas, incluir outras atividades prazerosas, pois as crianças atualmente tem aquele tédio, logo se cansam, as férias, são período de diversão, mas também de desenvolvimento, autonomia, responsabilidade, por isso os pais devem aproveitar a oportunidade para implementar essas atividades. É desafiador, mas os pais devem estimular a imaginação, a descoberta, o bem estar emocional".
Como identificar os sinais da depressão
"As mudanças de comportamento, irritabilidade, nervosismo, enfim, os pais precisam ter uma certa organização e planejamento para que possam estabelecer rotinas offline.
Terapia para os pais
"Os pais também precisam de terapia, para saber como lidar, por isso, procurar um profissional de saúde mental é muito importante. Com relação ao celular, não tirar de uma vez, mas intercalar as atividades online com as offline, como a prática de exercícios físicos, atividades criativas, como artesanato, culinária, isso é muito importante para o desenvolvimento cognitivo e emocional".
A psicóloga concluiu, afirmando que as escolas atuais, tanto particulares como públicas, não estão preparadas para lidar com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
"Infelizmente não, precisam de profissionais preparados para lidar com essa demanda que tem surgido, é necessário ter sim um olhar diferenciado para essas crianças e adolescentes".
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