Por Luiz Santos e Hely Beltrão
Em entrevista ao Conectado News, concedida nesta sexta (3), o comandante do CPRL (Comando de Policiamento Regional Leste) o coronel Antonio do Nascimento Lopes, enalteceu o trabalho da Polícia Militar no ano de 2024 e deu o "caminho das pedras" para a melhora na segurança pública de Feira de Santana. Segundo ele, o caminho passa por uma melhor integração entre as forças de segurança federais, estaduais e municipais e uma educação de tempo integral.
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"Foi um ano de números positivos, de 2023 para 2024 tivemos uma redução de quase 5% de CVLI (Crimes Violentos Letais e Intencionais). Apesar disso, não estamos felizes com isso, porque foram 361 vidas perdidas, no entanto, a Polícia Militar está se esforçando para diminuir esses números. Em dezembro, tivemos um número alto de homicídios em Feira de Santana, em contrapartida a nossa produtividade foi alta, sendo o mês em que mais prendemos pessoas no município, foram 121 em flagrante, totalizando em 2024, 679 prisões. Ainda em dezembro, tiramos de circulação 30 armas de fogo, ou seja, a julgar pelos números, em comparação com anos anteriores, foram positivos, mas acreditamos que 2025 será um ano melhor.
Ao ser questionado sobre as ações para o ano de 2025, Lopes ressaltou os investimentos feitos pelo governo do Estado nas forças de segurança e ao citar exemplos dos índices na Micareta e no Carnaval, afirmou que é necessário uma melhor integração entre as forças de segurança.
"Sob o meu comando são cinco comandantes, conversamos para reforçarmos a inteligência policial, porque não adianta só a polícia na rua se não tiver uma inteligência forte, avançamos muito na Segurança Pública em Feira de Santana, recebemos um investimento alto no município, armamentos novos de primeira geração, substituição e aquisição de novas viaturas, em 2025 devem ser inauguradas mais quatro unidades, novas sedes, dando mais dignidade para os policiais militares, para a população que nos visitar e os amigos da imprensa, tudo está encaminhado, a nova sede será no Derba, fortalecermos a integração com a imprensa e a sociedade organizada, empresários, porque segurança pública não é só polícia na rua, não adianta, com conhecimento de 34 anos formado em nossa cabeça pensar que basta botar a polícia que resolve, não é assim, segurança pública são todos de mãos dadas. Nisso eu pergunto: porque o Carnaval e a Micareta dão certo? Por que a Micareta é sucesso, não temos morte no período de quase oito dias? Porque todos os órgãos trabalham unidos em prol de uma segurança melhor, porque nos outros dias não vai dar certo? Precisa de uma maior integração, uma maior participação dos governos federal e municipal para fazer uma segurança melhor, não estou jogando pedra, só queremos uma maior integração para se fazer uma segurança melhor, porque Feira merece, por isso acredito que se tivermos juntos, podemos fazer um trabalho melhor e obter a redução dos índices a cada ano".
Sobre o novo decreto do governo federal que determina regras para o uso da força, Lopes preferiu não se manifestar. O comandante reiterou também, que segurança pública não se faz somente com polícia na rua, ressaltando o papel da educação no processo.
"A Polícia Militar ainda não emitiu um posicionamento, até porque se eu falar como Coronel Lopes, estou dando uma visão da Polícia Militar, o comandante geral Paulo Coutinho ainda não se posicionou, mas, tudo que vier para melhorar a segurança será bem vindo, estamos perdendo vidas, o grande problema na segurança pública são as drogas, que estão destruindo as famílias, o pior de tudo que muitas delas não são fabricadas no Brasil, quanto às armas, apreendemos em Feira de Santana 321 em 2024, um número bastante elevado. Se essas armas estivessem na mão dos marginais, quantas vidas teriam sido perdidas em 2024? A sociedade, ou seja, todos os órgãos do Estado, governo federal e municipal, precisa acordar e discutir a questão do tráfico de drogas, porque falamos muito sobre a consequência, que são os homicídios, mas a causa? Qual é a política de enfrentamento para a questão das drogas? Há 20 dias, vi uma reportagem de um pai que foi reclamar com filho de 14 anos, tomou o celular, o adolescente pegou a faca para matar o pai logo, em outra situação, um casal que estava viajando, o filho no banco de trás pegou um canivete e matou a mãe. Esses acontecimentos não são casos de polícia, mas de educação familiar e formal, por isso, precisamos discutir de forma mais efetiva, pois enquanto estivermos discutindo homicídios com foco policial, não vamos vencer, mas podemos, através de um trabalho maior, acredito muito nas escolas de tempo integral que o Governo do Estado está implantando, fazer com que a criança passe um dia na escola, que é o local onde adolescentes de 14 e 15 anos devem estar, e não na rua, algumas prefeituras também têm feito essa iniciativa, a exemplo de Conceição do Jacuípe, com oito escolas municipais de tempo integral. Eu acredito na transformação através da educação, segurança também é educação, o Bahia pela Paz do governo estadual também, que envolve todas as secretarias para tentarmos melhorar nossos índices e acima de tudo preservar vidas", concluiu.
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