O economista Silas César, doutor pela Unicamp e consultor de projetos para o setor público, avalia que 2024 foi marcado por surpresas positivas e desafios persistentes na economia brasileira e global. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, projetado inicialmente em 2%, superou as expectativas e ultrapassou 3%, enquanto a economia global desacelerou a inflação e registrou bom desempenho, mesmo com o crescimento abaixo do esperado na China. No entanto, a inflação brasileira permanece como um ponto de alerta, exigindo medidas mais eficazes para seu controle.
Para 2025, Silas projeta que a economia enfrentará os impactos de crises geopolíticas, mudanças climáticas e oscilações nas taxas de juros internacionais. No Brasil, o crescimento previsto de 2% é insuficiente para atender às demandas sociais, e a incerteza fiscal dificulta novos investimentos. A persistente alta do endividamento público também preocupa, afetando a confiança dos investidores, pressionando o câmbio e a inflação, além de ampliar o risco de desemprego, especialmente no setor de serviços.
Apesar das adversidades, o agronegócio e o setor de tecnologia despontam como pilares de inovação e geração de empregos. Silas destaca que a transição para uma economia verde enfrenta obstáculos como os altos custos dos produtos sustentáveis, mas pode trazer benefícios de longo prazo para empresas que apostarem nessa direção. No curto prazo, contudo, o cenário é de desafios para a sustentabilidade em um ambiente de inflação e desemprego crescentes.
Na questão da renda, o economista aponta que 2024 trouxe ganhos salariais reais em setores como a construção civil, impulsionados pelo crescimento e pelo baixo desemprego. Em 2025, contudo, o aumento do custo de vida pode neutralizar esses avanços. Ainda assim, áreas como tecnologia e inovação devem continuar oferecendo oportunidades, mantendo-se como nichos promissores para o trabalhador brasileiro.
Silas conclui que, embora 2025 projete dificuldades significativas, setores resilientes e estratégias de longo prazo podem ajudar a mitigar os impactos. O economista enfatiza a necessidade de políticas fiscais e econômicas consistentes para garantir um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento.
Reportagem: Emanuelle Pilger
Por: Mayara Nailanne
Mín. 20° Máx. 34°
Mín. 21° Máx. 35°
Chuvas esparsasMín. 20° Máx. 33°
Chuvas esparsas