Por Luiz Santos e Hely Beltrão
Mari Falcão, representante da Cadeira de Dança, concedeu entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM neste sábado (21), para divulgar a realização de oficinas de dança contemporânea relacionadas ao projeto de gravação do documentário sobre a Bata do Feijão, que está sendo gravado atualmente no distrito da Matinha.
Mari deu maiores detalhes sobre a produção do documentário e das oficinas gratuitas disponíveis a partir das 14hs deste sábado no Centro de Cultura e Arte Amélio Amorim (CCAAA).
"Esse projeto do documentário A Bata do Feijão, começou a ser gravado no distrito da Matinha, só que dentro desse projeto de documentário por encararmos a Bata do Feijão além de uma questão tradicional, uma questão cultural muito forte ligado a dança e a música, dentro do projeto do documentário, que foi aprovado pela lei Paulo Gustavo, estamos oferecendo oficinas de dança e música, pois quando tivemos a primeira iniciativa em trazer a Bata do Feijão para a dança como espetáculo dançante dentro do SOPROCOS CIA Dança Contemporânea, foi um projeto aprovado pela Belgo, isso antes da pandemia, pensamos: Porque não ampliar isso? E quando estávamos construindo essa questão coreográfica com essa licença poética de retratar a Bata do Feijão de uma forma bem mais dançante".
Representando a cultura da mulher e dos povos da zona rural
"A Bata do Feijão como questão cultural existe do próprio povo, porém, tivemos muita dificuldade com pesquisa, que são bem rasas, por isso decidimos escrever esse documentário. Estamos produzindo um documentário curta-metragem de 15 minutos falando sobre a Bata do Feijão, decidimos gravar no distrito da Matinha, pelas questões de que em todas as pesquisas que fazíamos, aparecer com maior destaque o distrito de Jaguara".
Sobre Jaguara e Tiquaruçu
"Jaguara e Tiquaruçu tiveram uma bata bem legal, já na Matinha queríamos acompanhar o processo esse ano, mas, por causa da chuva, não houve uma grande festividade e não foi possível acompanhar, só famílias com pouquíssimo feijão, conseguimos ver isso porque fizemos algumas visitas, mas depois, nos reunimos com o pessoal da Quixabeira da Matinha, Guda, Dona Chica do Pandeiro, foram o nosso foco em entrevistas, até porque Dona Chica tem muita história, inclusive no documentário ela explica de uma forma muito explicativa para todos entenderem. A intenção foi realmente ter uma pesquisa mais vasta sobre a Bata do Feijão, até para ampliarmos essa questão da nossa parte artística, dança, pegamos todo esse processo que é a bata, a colheita do feijão, eles deixam secar no “moleque”, depois reúne, em Tiquaruçu no mês de setembro tem a missa em alguns lugares, em outros reúnem as famílias ou em uma praça, batem o feijão, as mulheres vão “beatar”, ou seja, colher o feijão, elas põem na peneira e vão separando o feijão, com uma música que usamos, onde as letras são compostas por eles".
Ligação com a agricultura familiar
"A Bata do Feijão é fortemente ligada à agricultura familiar, outra coisa que alegam quando chegamos, é que por causa dos maquinários o pessoal está fazendo pouca bata, mas ainda existe, e o legal agora é tentar mostrar ao máximo de pessoas para que isso não morra".
Oficinas
"O documentário começou a ser gravado, lançaremos um no canal no YouTube, teremos também um local onde iremos apresentar, temos uma parceria com a Associação Tambores Urbanos, que possui uma estrutura de cinema comunitário no bairro Irmã Dulce, junto com essa parceria vamos exibir o documentário como um filme no final de janeiro, o que está acontecendo agora são oficinas, já tivemos duas no mês passado, voltada a Bata do Feijão e o Samba de Roda, depois outra de musicalidade e Samba de Roda com Guda Quixabeira da Matinha, neste sábado (21) a partir das 14 horas, teremos uma oficina chamada “Do encoberto ao Desejado”, uma oficina de dança contemporânea ligada ao grupo que está promovendo a parte artística da bata, depois, em janeiro, antes do lançamento do documentário, traremos Leonardo Muniz, bailarino do Teatro Municipal de São Paulo para fazer uma formação em junção de jogos coreográficos, onde pegamos a dança contemporânea ligada a dança popular e a musicalidade popular, como ocorre na bata do feijão, no dia 18 de janeiro".
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