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Bahia “Rei do Lixo”

Robinson Almeida acusa ACM Neto de atuar como lobista para organização criminosa liderada pelo “Rei do Lixo”

Deputado critica silêncio do ex-prefeito e questiona se ele vai negar ligação com empresário; “vai se comportar como negacionista?”

19/12/2024 10h01
Por: Mayara Naylanne
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) acusou o ex-prefeito de Salvador e atual vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, de atuar como lobista de Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo", preso pela Polícia Federal durante a Operação Overclean. O esquema de fraude em licitações em governos ligados ao União Brasil movimentou pelo menos R$ 1,5 bilhão, segundo investigação da Polícia Federal. O “Rei do Lixo” integra o diretório nacional do partido, tendo sido indicado para o posto pelo ex-prefeito de Salvador. As investigações sugerem que o empresário investigado teria solicitado ajuda a ACM Neto.  

“Quanto mais mexe, literalmente fede. O empresário Marcos Moura, conhecido como Rei do Lixo, preso pela PF, sempre teve no seu amigo ACM Neto, o operador de tráfico de influência na prefeitura de Salvador. A PF identificou mensagens do Rei do Lixo afirmando pedir ao ex-prefeito liberação de pagamentos de faturas de empresas denunciadas na operação Overclean”, afirmou Robinson Almeida.

O deputado destacou que, segundo uma reportagem publicada pelo jornalista Cláudio Magnavita no Correio da Manhã, foi revelado que ACM Neto atuava como lobista de Marcos Moura, oferecendo seus serviços ao governo do Rio de Janeiro. A investigação da Polícia Federal encontrou uma planilha do “Rei do Lixo” em que aparece a atuação da organização criminosa em 12 estados, em localidades que têm relação direta ou indireta com o União Brasil. 

“ACM Neto tentou levar os serviços do ‘Rei do Lixo’ para outros estados. Foi revelado por um jornal carioca que ACM Neto atuava como um lobista de Marcos Moura, oferecendo os seus serviços ao governo do Rio de Janeiro”, enfatizou Robinson, destacando a gravidade da situação. 

A acusação ganha ainda mais repercussão à medida que a investigação sobre o envolvimento de Marcos Moura com práticas criminosas se aprofunda. Marcos Moura possui uma sociedade com a irmã do ex-prefeito, Renata Magalhães, na posse de uma aeronave. Ele possui contratos com várias prefeituras da Bahia administradas pelo grupo político de ACM Neto, incluindo Salvador. Em 2018, durante a gestão do ex-prefeito, o consórcio Ecosal, que inclui a empresa de Moura, firmou um contrato de R$ 427 milhões com a prefeitura para a limpeza urbana da capital por dois anos. O contrato foi renovado e permanece vigente.

A proximidade entre ACM Neto e Marcos Moura também foi evidenciada por mensagens interceptadas pela Polícia Federal, nas quais Moura solicitava a liberação de pagamentos de faturas para empresas suspeitas de envolvimento no esquema.  

“Essas revelações colocam mais pressão sobre ACM Neto, que sumiu. Sempre atrás de holofotes, com opiniões para tudo, agora o ex-prefeito se esconde. O que será que ele tem a dizer? Ou vai se comportar como um negacionista, e negar os vínculos que tem com Marcos Moura?”, questiona Robinson.

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