A prisão do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, na manhã deste sábado (14), pela Polícia Federal (PF), marca um fato histórico: é a primeira vez, desde a redemocratização do Brasil, que um general de quatro estrelas é detido. Braga Netto é acusado de obstrução à Justiça em um inquérito que apura supostos desvios em contratos firmados durante sua gestão no governo federal.
A ação foi conduzida pela PF após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). As investigações apontam que o ex-ministro teria utilizado sua influência para dificultar o andamento das apurações, além de tentar ocultar provas relacionadas ao esquema investigado. A prisão ocorre em um momento de grande polarização política no país e levanta discussões sobre o papel das Forças Armadas no contexto democrático.
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Desde a redemocratização, em 1985, nenhum general havia sido preso por acusações criminais. O episódio mais recente envolvendo militares de alta patente e a Justiça brasileira remonta ao período da ditadura militar (1964-1985), quando houve confrontos internos e prisões políticas, mas raramente figuras de alta hierarquia foram responsabilizadas criminalmente.
Até o momento, o Exército Brasileiro não emitiu um comunicado oficial sobre o caso, mas fontes afirmam que há preocupação com o impacto da prisão sobre a imagem da instituição. Setores políticos ligados à oposição elogiaram a ação, enquanto aliados do ex-ministro acusaram o que chamam de "perseguição política".
A prisão de Braga Netto deve ter desdobramentos significativos, tanto no campo jurídico quanto no cenário político nacional. O caso segue sob sigilo, e novas informações podem surgir nos próximos dias.
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