O Conectado News recebeu uma série de denúncias relacionadas a possíveis fraudes no recente concurso público realizado em Conceição do Jacuípe, sob responsabilidade do Instituto Bahia. Relatos indicam que algumas provas apresentaram questões de matemática e informática em um nível extremamente elevado, além de uma suposta discrepância entre as pontuações dos candidatos. Funcionários ligados à prefeitura estariam entre os que alcançaram as maiores notas, o que levantou suspeitas de irregularidades.
De acordo com uma professora de matemática, algumas questões exigiram um tempo excessivo de resolução, com um professor levando cerca de 40 minutos para responder uma única questão. Mesmo com o edital solicitando apenas noções básicas de informática, as questões abordaram conteúdos avançados. "80% a 90% dos candidatos comuns tiveram dificuldades com as questões, enquanto os ligados à prefeitura tiraram as maiores notas", afirma uma das denunciantes.
Outro ponto crítico apontado foi a lista de alocação dos candidatos por sala. Os relatos indicam que houve erros nos nomes dos candidatos, o que poderia ter sido um meio para beneficiar alguns, colocando-os em salas específicas. Além disso, em algumas localidades, provas estariam faltando e teriam sido impressas de última hora, o que gerou insegurança entre os candidatos sobre a integridade do processo.
Entre as situações mais controversas, destaca-se o fato de uma vereadora e presidente da Câmara Municipal ter sido aprovada para o cargo de guarda municipal com uma pontuação alta. Esse dado foi mencionado como uma evidência das irregularidades do processo. “O concurso foi desenhado de forma que os aliados da prefeitura saíssem beneficiados”, criticou uma fonte.
Segundo Cairo, logo na entrada, os portões foram abertos e fechados conforme o horário previsto, mas dentro do Colégio Paulo Assis, o cenário era preocupante. "Só havia um fiscal em cada sala, sem qualquer apoio, o que facilita fraudes. Em outros concursos, sempre há pelo menos dois fiscais, por questão de segurança," pontuou. Ele também mencionou a ausência de detectores de metais e a permissão de sacos plásticos para celulares, o que permite que candidatos levem aparelhos para a sala e ao banheiro, criando oportunidades para consulta indevida.
Outros candidatos também afirmaram ter testemunhado uso de celulares durante a prova. Embora Cairo não tenha visto diretamente, ele relata conversas com outros participantes que confirmaram o uso de celulares nas salas. "As pessoas no mesmo ônibus que eu estavam comentando que viram candidatos mexendo nos celulares," disse Cairo. Ele ainda relatou ter ouvido que alguns candidatos haviam saído das salas para consultar seus celulares e voltado para continuar a prova.
Confira a lista de cargos comissionados que fizeram o concurso de Conceição do jacuípe
https://www.conectadonews.com.br/envios/2024/11/02/2fec10549ea5c667f2c4891fb906a9a9697a8245.pdf
Um grupo de candidatos, incluindo Cairo, decidiu se organizar para levar o caso ao Ministério Público. “Já criamos um grupo onde estamos reunindo provas e testemunhos de irregularidades, e pretendemos buscar assessoria jurídica para solicitar o cancelamento do concurso,” explicou. O grupo aponta que os aprovados nas melhores colocações têm, em grande parte, vínculos com a prefeitura, como no caso de um assessor da prefeita, que teria obtido 98% de acertos.
Além das questões de fiscalização, os candidatos destacaram o valor alto da inscrição – R$ 90 –, considerado abusivo diante das falhas no processo. Eles esperam uma investigação detalhada e estão mobilizados para que o caso tenha desdobramentos judiciais. O Conectado News continuará acompanhando a situação e trazendo atualizações sobre as respostas das autoridades e do Instituto Bahia.
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