Por Luiz Santos e Hely Beltrão
Circula nas redes sociais, um áudio vazado de um grupo de whatsapp do Colégio Estadual de Tempo Integral, Professora Ana Alice Figueiredo dos Santos, (antigo Colégio Polivalente), localizado na Avenida João Durval Carneiro, S/N, Brasília, onde a vice diretora da unidade escolar, a professora Graciele da Silva Souza Sena, fez comentários preconceituosos a respeito do pai de uma aluna. Segue abaixo transcrição do áudio, onde preservamos o nome dos alunos por serem menores de idade.
"Hoje mesmo ele já ia para dentro da escola, aquela M****, do sétimo ano, aquela cobra, irmã de G****** já ia para dentro do pavilhão, não deixe os alunos do outro pavilhão entrar aqui. Com aquele pai, sei não viu,só a graça de Deus, quando aquele pai chega lá, cheio de tatuagem e de ousadia, é pior do que eles".
Ao Conectado News, a vice-diretora assume que errou e pediu perdão à família.
"Sou vice-diretora do Colégio Polivalente há 13 anos, aconteceu na hora do intervalo nós temos na escola dois pavilhões, sou responsável pelo pavilhão antigo e outras pessoas no novo pavilhão. Um aluno na hora do intervalo foi empurrado por outro, chamei na minha sala e dei uma advertência, os alunos acharam muito injusto o que aconteceu e o trouxeram até mim, ele estava com uma raladura nas costas, afirmando que o outro colega o tinha empurrado, mas, que não queria prestar queixa, mesmo assim, disse a ele que na escola devemos manter a ordem, porque estamos aqui para organizar e resolver todas as coisas. Dei uma advertência, na qual ele recebeu de forma irônica e foi embora para sala. No dia seguinte, alunos me disseram que na brincadeira, o menino quebrou o dedo, na sexta (29), estava no pavilhão novo, quando o pai chegou para buscar uma aluna dizendo que ela estava passando mal, até aquele momento não sabia o que tinha acontecido, nisso eu disse: “pai, preciso conversar com você sobre uma situação que aconteceu, onde seu menino empurrou o colega que está com o dedo quebrado e costa ralada, mostrei ao pai o que aconteceu. O pai pediu para ver as câmeras. Infelizmente as câmeras não estão funcionando, algo que tenho pedido todos os dias à direção da escola para termos como provar".
Sobre o áudio
"Não divulguei áudio, a diretora estava contando uma situação que aconteceu com ela, onde os pais diziam que iriam denunciar, prestar queixa, e no áudio disse: “agora estamos assim, somos agredidos e ainda temos que responder por isso”. No caso da tatuagem, o menino não quis nem vir até o pai, veio com muito medo, porque disse estar sendo ameaçado, se falei de tatuagem, me perdoem, nunca discriminei ninguém, entendo sim que errei, são 866 alunos para dar conta todos os dias, vários pais, cada um com sua motivação e seu modo de agir, peço perdão a essa família.
Professora Daniela Cordeiro Pereira, diretora da unidade escolar
A diretora da unidade escolar, a professora Daniela Cordeiro Pereira, reconhece que houve excesso e que a situação será resolvida mediante reunião com o Conselho Escolar.
"Estamos encaminhando o ocorrido para o colegiado, que até o momento não foi convocado, a partir de segunda (4) entraremos em contato com esse grupo, reconhecemos sim, que houve um excesso de fala e precisamos nos retratar, tanto para a família quanto para a sociedade, o colegiado vai encaminhar essa situação para resolvermos da melhor forma".
Para a diretora, o estresse do trabalho levou a vice a externar essas palavras.
"Entendo que houve um excesso, algo que a professora queria externar, situações que ela não consiga resolver dentro da própria escola e também precisamos de outros profissionais diante do comportamento desafiador do aluno, como psicólogos e assistentes sociais, sabemos que a unidade escolar não conta com esses serviços, temos pessoas que atuam aqui pelo projeto Educa Mais Bahia, mas, por conta da grande demanda não dão conta, e sim, a escola deve ter mais cuidado nessas situações para evitar esses resultados que aconteceram".
De onde veio o áudio?
"De um grupo interno administrativo da escola, que acabou vazando, no qual uma funcionária que é parente do aluno faz parte, que acabou encaminhando para a mãe, o que no meu entendimento tem todo o direito, porque se ela se sentiu prejudicada, atingida, todos têm o direito de se defender. Assumimos o nosso erro, e entender como essa situação pode melhorar para que não haja desconforto entre a escola e a família".
O NTE (Núcleo Territorial de Educação) já tem conhecimento?
"Ainda não, pois aguardamos a decisão da família, se a família fizer esse contato com o Núcleo, eles entrarão em contato comigo e dar a devolutiva".
Diretora acusada de agressão e de prejudicar alunos autistas, se aposenta com salário de R$ 15 mil
Ao Conectado News, o diretor do NTE 19, Murilo Cerqueira, disse que providências serão tomadas.
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