"Não há vencedores", diz economista sobre cadeirada de Datena em Pablo Marçal

A agressão realizada pelo candidato José Luiz Datena (PSDB) ao candidato Pablo Marçal (PRTB) em debate realizado pela TV Cultura no domingo (15), tem sido o assunto das rodas de conversas e principalmente nas redes sociais, onde uns tomam um lado de Marçal, outros de Datena.

O Conectado News questionou ao economista especialista em estatística, Amarildo Gomes, qual seria a repercussão do episódio na opinião do eleitorado a ponto de influenciar o voto. De acordo com o economista, os dois perdem.

"Episódios como esse afastam o eleitorado desses candidatos, o grupo de eleitores é formado por composição social, alguns grupos gostam dessa valentia e vitimização que o Marçal causa, mas outros não gostam, principalmente aqueles que estão preocupados com a cidade e com o que esses candidatos têm a oferecer, há uma perda e ganho, em tese, as pesquisas mostram em São Paulo que há muito mais a perder do que ganhar, é preciso ter equilíbrio, um político fala para toda a sociedade, não representa apenas um grupo social, mas a todos, portanto, a medida que se escolhe um grupo específico para tentar tirar proveito, o candidato perde os demais, então é certo de que eles estão perdendo, as pesquisas mostram isso. Pablo Marçal estava em alta nas pesquisas e agora vem caindo, a rejeição está aumentando, Datena tem a maior é rejeição, com 60% em algumas pesquisas, uma coisa é você comandar um programa de televisão, outra situação é uma prefeitura com milhares de funcionários, é preciso ter equilíbrio, ponderação saber respeitar o outro e o debate mostrou que não há respeito entre eles, para criticar alguém, julgar uma pessoa, é necessário respeito, eles entraram nesse embate achando que isso era vantajoso e as pesquisas mostram que não. É preciso respeitar quem está ouvindo e assistindo, penso que eles estão se derrotando com os próprios debates".

Não há vencedor

"Não há vencedor, porque a pessoa liga a televisão para ver um debate, que leve em conta as propostas para a cidade, o que cada um vai fazer, se alguém tem algum problema judicial ou algo do passado, isso pode se apresentar sim, há o direito de fazer perguntas ao outro, mas com respeito e ponderação, o que não está acontecendoi entre Marçal e Datena. A linha  do Marçal é “vou levar de todo jeito porque é meu estilo e ganho público com isso”, talvez ganhe para deputado, mas não para prefeito, pois é uma eleição majoritária, é a minoria contra maioria, que está demonstrando que não aceita esse estilo, até porque isso não é próprio de uma democracia, é preciso ter o respeito ao outro, pior ainda é a forma do Datena, que parte para a violência, já é a segunda vez que ele vai para cima para agredir, ele não está preparado para ser prefeito na minha agora concepção".

Maior beneficiado

"Quem ganha mais é o atual prefeito, o Ricardo Nunes (MDB), porque o eleitorado de Marçal e o de Datena são mais a direita, um é do PSDB, que tem uma característica de centro para a direita, já Pablo Marçal é uma mistura de crendice, de quem acha que ele ficou rico de forma rápida e por isso vai também melhorar sua vida, há pessoas que pensam que o sucesso chega de um dia para noite, mas não é assim que funciona".

Amarildo concluiu, dizendo que o episódio pode refletir em outros lugares do país.

"São Paulo é uma vitrine, o que acontece na capital paulista na política ou em qualquer outro ambiente, Pablo Marçal não tem horário na televisão mas ganha horário na mídia, por isso que ele provoca esses grandes episódios, sejam bons ou não para exatamente chamar a atenção, ele deve ter pensado que deu certo no primeiro momento e assim seria sempre, mas não é assim, um dia dou um soco em alguém, ótimo, mas se fizer todo dia, chamaremos de violento. O fato aconteceu em São Paulo, mas tem a ver com a nossa eleição, mesmo aqui em Feira de Santana, que tem televisão, é preciso ter consideração e respeito com o eleitor, que com certeza não quer ouvir e ver esse tipo de coisa, distante dos princípios republicanos", concluiu.