Em jogo de empurra entre IGM e Prefeitura, funcionários de policlínicas completam 3 meses sem salários

Por Larissa Sousa e Hely Beltrão

Noticiamos em 22 de agosto, a paralisação das atividades de algumas policlínicas de Feira de Santana por conta de atraso nos salários de profissionais, onde registramos a insatisfação de alguns pacientes. A época, a Prefeitura através da SMS (Secretaria Municipal de Saúde), negou que houvesse a paralisação e não comentou nada a respeito do atraso dos salários.

Em entrevista concedida durante o evento de inauguração do Centro Municipal de Diagnóstico por Imagem II Antônio Lázaro Silva, no dia 28 de agosto, o prefeito Colbert Martins (sem partido), disse que a greve tinha motivação política e quem não estivesse gostando da situação poderia pedir desligamento.

Na manhã desta terça-feira (3), funcionários da empresa IGM, responsável pela gestão de algumas policlínicas do município, procuraram o Conectado News em condição de anonimato por temerem retaliações.

Em áudios enviados à nossa redação, funcionários relatam estar em meio a um jogo de empurra, em que o prefeito diz que fez o repasse, a IGM nega, diz que não há previsão de pagamento e que estão chegando no terceiro mês sem salário e vale refeição, tendo o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) sendo descontado sem o recebimento do salário.

Os funcionários pedem socorro ao Ministério Público da Bahia e Justiça do Trabalho uma vez que tem medo de se manifestar por conta de represálias. “Temos que nos esconder. Não podemos nos identificar nem denunciar por ter pessoas, que foram demitidas e, até hoje, não receberam”.

Em nota enviada ao Conectado News, a SMS informa o montante que já foi repassado à empresa em 2024 e que exige em contrato que a empresa tenha saúde financeira para cumprir suas obrigações.

A Secretaria Municipal de Saúde informa que, neste ano de 2024, já foi repassado à empresa IGM o valor total de R$ 29.181.381,86. O contrato firmado entre a SMS e as empresas licitadas exige que essas instituições possuam saúde financeira suficiente para cumprir todas as suas obrigações legais, incluindo o pagamento de salários dos trabalhadores terceirizados, o recolhimento de impostos e a aquisição de materiais necessários para a prestação dos serviços.