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Feira de Santana Educação

Criança autista com seletividade alimentar é impedida de comer em escola estadual de Feira de Santana

Mãe foi ao Conselho Tutelar e informou também que vai ao MPBA

19/08/2024 14h54 Atualizada há 4 semanas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Instagram Jerônimo Rodrigues
Instagram Jerônimo Rodrigues

Por Hely Beltrão

Jandira Carla, mãe de um menino autista diagnosticado com seletividade alimentar, ou seja, não come qualquer coisa que lhe é ofertada, escreveu um desabafo nas redes sociais sobre uma situação enfrentada por seu filho que estuda no Instituto de Educação em Tempo Integral Gastão Guimarães em Feira de Santana, que tem como diretora a professora Alfreda Xavier. Segundo ela, a criança não consome a merenda da escola e foi proibida de consumir alimentos trazidos de casa.

Ao Conectado News, a mãe relatou que já entregou à direção da escola três relatórios da neuropediatra informando o diagnóstico da criança, inclusive contendo a questão da seletividade alimentar. Jandira disse ainda que ao questionar a diretora se a criança ficaria com fome, ouviu da gestora que nada poderia fazer até receber um posicionamento da nutricionista do estado, o que motivou a sua ida ao Conselho Tutelar nesta segunda (19).

"Fomos na unidade escolar na sexta (16), perguntei antes de sair: o que a senhora vai fazer? No qual me respondeu: nada, aguardarei um posicionamento da nutricionista do Estado para saber o que pode ser feito. Perguntei se ele ficaria com fome, no qual me respondeu que não poderia fazer nada. Deixamos ele na escola e saí para resolver algumas situações, meu filho me comunicou que alguém esteve na sala e permitiu que consumisse o alimento. Nesta segunda (19), ele não foi, pois tem acompanhado a repercussão nas redes sociais, algumas coisas chegaram para ele o deixando resistente, por isso, está fazendo acompanhamento com a  psicóloga, para depois, retornar ao ambiente escolar, acredito que na terça (20), ele estará indo".

Conselho Tutelar

"Espero que o Conselho Tutelar atue de forma eficiente na solução, pois meu filho não poderá ir à escola, pois toma uma medicação muito forte de manhã cedo para que fique atento, participe e tenha interação social dentro do ambiente escolar, por isso, não pode ficar muito tempo sem comer, espero que o órgão entre em contato e garanta ao meu filho o direito de ser alimentado, algo básico, que não se tira de ninguém. Além da seletividade alimentar, meu filho possui uma rigidez cognitiva, ou seja, quando a funcionária diz a ele não se alimente, não pode, é proibido, ele deixou até de beber água na escola, por que se alguém maior vai até ele e diz não, ele cumpriu exatamente o que está sendo dito pela escola, ou seja, ele parou de comer e beber água".

Segundo a mãe, o relatório informando sobre o diagnóstico da criança foi entregue no ato da matrícula.

"No ato da matrícula em janeiro, entregamos o relatório do neuropediatra, onde informa que ele tem seletividade alimentar. No primeiro atendimento que tivemos em fevereiro, com o núcleo de educação especializado que funciona dentro da escola, também entregamos uma cópia, na qual as coordenadoras informaram que todos os professores tiveram acesso. Na quinta (15), quando falei com uma das coordenadoras por WhatsApp, me pediu um novo relatório da neuropsicóloga que  acompanha meu filho, na qual entreguei nas mãos da diretora na sexta (16), que reiterou não poder fazer nada enquanto a nutricionista do estado não avaliar, segundo ela, sua ação estaria embasada em uma lei, da qual não soube me informar, mas argumentou que ela não tinha obrigação de me dizer e que eu deveria me informar a respeito".

De acordo com relatos na postagem do Instagram de Jandira Carla, ex alunos e funcionários que falaram à nossa reportagem em condição de anonimato, a diretora recebeu dentro da unidade escolar a alcunha de "Alfredão", por conta do tratamento extremamente grosseiro que dispensa a alunos e funcionários da instituição, mas que não perde o cargo por ser um dos nomes fortes indicados pelo deputado federal licenciado e candidato a prefeito Zé Neto (PT). Baseado nestas informações, questionamos a mãe do aluno sobre o atendimento dispensado pela diretora, a qual nos informou que ela foi extremamente grosseira, tratando-os na base dos gritos.

"Ela gritou a mim e ao meu esposo, que tentamos conversar dizendo que não tinha necessidade daquilo. “Estamos aqui para dialogar, por favor, baixe o tom” disse o meu marido. Em nenhum momento fomos grosseiros com ela. Ela nos respondeu que falava daquele jeito por ser professora. Respondi a ela que também sou educadora e não falo com as pessoas daquele jeito".

A mãe nos relatou ainda, que após o Conselho Tutelar, procurará o MPBA (Ministério Publico da Bahia) para expor a situação. 

A diretora Alfreda Xavier, informou através de sua assessoria que se manifestará em momento oportuno.

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Murillo Ferreira Santos OliveiraHá 4 semanas Bahia, Feira de SantanaNão, não é so com o aluno que tem seletividade alimentar que ela proíbe os lanches trazidos de casa, ela proíbe todos os alunos, e como aluno, não, não concordo com as atitudes dela. Ela é arrogante, narcisista, ela sempre quer estar no topo de tudo. Sinceramente, por mim, ela não estaria neste cargo a muito tempo. Há exatamente 1 semana atrás, ela tomou a força o suco de um aluno do 6°ano, e novamente, extremamente arrogante e narcisista. Atualmente, o Gastão Guimarães é uma vergonha.
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