Feira de Santana tem desempenho no IDEB 2023 inferior a municípios menores

Foi divulgado no início desta semana pelo MEC (Ministério da Educação) os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Edução Básica), indicador criado pelo governo federal para medir a qualidade do ensino nas escolas públicas. De acordo com os dados divulgados referente ao relatório de 2023, o Nordeste tem as únicas escolas do país com nota 10 no Ideb em anos iniciais e as 100 melhores escolas avaliadas de todo o Brasil.

Na região de Feira de Santana, destaca-se o município de Anguera, que teve o melhor índice, tanto nos anos iniciais, como nos finais do ensino fundamental. 

    Anguera: 6,8
    Conceição do Jacuípe: 5,2
    Amélia Rodrigues: 4,7
    Conceição da Feira: 4,7
    Coração de Maria: 4,6
    Santo Estevão: 4,6
    Terra Nova: 4,5
    Santa Bárbara: 4,5
    Santanópolis: 4,5
    Feira de Santana: 4,4
    Teodoro Sampaio: 4,3
    Irará: 4,2
    São Gonçalo dos Campos: 4,2
    Água Fria: 4,1
    Ipecaetá: 4,1
    Tanquinho: 4,1
    Antônio Cardoso: 3,7

Anos Finais do Ensino Fundamental

    Anguera: 4,8
    Conceição do Jacuípe: 4,5
    Conceição da Feira: 3,9
    Coração de Maria: 3,9
    Terra Nova: 3,9
    Irará: 3,7
    Santanópolis: 3,5
    Santo Estevão: 3,5
    Amélia Rodrigues: 3,5
    Feira de Santana: 3,5
    Teodoro Sampaio: 3,5
    São Gonçalo dos Campos: 3,4
    Ipecaetá: 3,3
    Água Fria: 3,0
    Antônio Cardoso: 2,7
    Santa Bárbara: 2,6
    Tanquinho: 2,6

O Conectado News questionou a secretária de Educação Anaci Paim sobre os baixos números para Feira de Santana, na qual justificou que algumas escolas não atingiram o percentual de alunos exigidos para que a nota da unidade escolar seja incluída na avaliação.

"Temos o contingente de mais de 40 mil alunos, tivemos algumas unidades com conceito superior a 5, outras não atingiram o patamar de 80% de participantes, ou seja, deixa de computar o resultado e ao fazer o cálculo geral, há uma redução no valor por conta do número menor de participantes, só entrando na soma as que atingiram esse percentual". 

Ao ser indagada sobre o motivo de Feira de Santana ter nota inferior a municípios com orçamento educacional menor, a secretária disse que é muito mais difícil fazer um trabalho individual em um território grande.

"Vários aspectos devem ser considerados, é um comparativo extremamente desigual, temos cerca de 158 mil alunos em 217 escolas, outros municípios tem apenas 5 unidades escolares para acompanhar e desenvolver um trabalho individualizado, é diferente de ter muitas escolas em um território de grande porte, sendo que algumas delas ficam a 70 km da sede. Temos escolas na sede que tiraram mais de 6, 7, mas, ao tirar a média do município, deve-se levar em consideração as que tiveram a totalidade de participantes e as que não atingiram o percentual mínimo, que não entraram na conta".

Metas

"Satisfatório é tirar 10, pois o IDEB varia de 0 a 10, mas estamos numa evolução crescente, buscando dar as melhores condições de trabalho nas unidades escolares, estrutura física, fornecendo meios para que a aprendizagem do aluno seja melhor. Como o resultado IDEB só é divulgado de 2 em 2 anos, estamos realizando avaliações dentro do próprio período letivo, para que tenhamos condição de interferir e melhorar o desempenho do aluno, estes investimentos que estão sendo feitos agora em anos iniciais, está evidenciado nos resultados individuais, uma melhora no IDEB em comparação com os resultados de 2019".

Tempo para alcançar as metas

"Nem em Sobral/CE, que tem por característica, ter o melhor IDEB, chegou a 10, um município muito bem avaliado que há muitos anos tem um programa de avaliação periódica, a meta é determinada pelo próprio IDEB o quanto você deve alcançar em cada período, inicialmente, você tem que trabalhar com aquele meta definida, para depois seguir em frente, buscando outros patamares por escola, temos que melhorar cada unidade escolar com algumas medidas que consideramos importantes, a não oferta de classe multisseriada é um problema que estamos trabalhando para não persistir, às vezes, na zona rural essas necessidades se tornam veementes, a questão de ter uma acompanhamento por professor, criando a seleção de coordenador pedagógico como temos feito, para orientar a escola e fazer o plano e sua execução compatível com a necessidade, buscar meios de qualificação do professor, para que ele tenha uma preparação mais adequada, e caminhar em frente buscando ter os melhores  para que o projeto pedagógico possa ser desenvolvido com o aparato importante, professor com a formação adequada, inexistência da classe multisseriada e material didático adequado para alunos e professores, com isso, vamos crescendo e atendendo as metas definidas, chegar a 10 é um propósito muito bom, é o máximo estabelecido na legislação. Outro aspecto importante a considerar, é que durante a pandemia, tivemos dois anos sem o funcionamento normal das aulas, colocar 217 escolas para funcionar em um período tão curto, ainda sofremos as consequências daquele momento, tanto é verdade que em 2021 não tivemos IDEB registrado, por conta da matrícula que não foi computada por completo no período de registro para avaliação do índice. Estamos considerando os anos de 2019 e 2023, em 2020 não tivemos aula, em 2021 não houve o registro das notas pelo número de participantes, é necessário continuar investindo, trabalhando para obter as condições de ofertar o melhor aos nossos alunos, para que reflita  no desempenho e caminhar na direção de buscar bons indicadores", concluiu.

Ouça na íntegra abaixo.