Uma auxiliar administrativa de Salvador receberá uma indenização de R$ 15 mil após sofrer assédio moral de um supervisor no local de trabalho. A decisão foi do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA), que constatou que a vítima foi chamada de "gostosa" e "legítima baiana" em seu ambiente profissional.
De acordo com o TRT-BA, a auxiliar administrativa trabalhava em uma empresa terceirizada da LG na capital baiana. Em 2021, um supervisor foi contratado para implantar uma nova organização de trabalho exigida pela LG, mas, segundo a funcionária, ele começou a assediar as colaboradoras, impor metas imbatíveis e alterar suas atribuições. A testemunha ouvida pelo TRT-BA confirmou os assédios e descreveu o supervisor como "um psicopata com os funcionários". Relatou ainda que ele obrigava os funcionários a fazer limpeza, os chamava de preguiçosos, imitando um bicho-preguiça, e fazia comentários sexistas sobre as funcionárias.
A Manpower Staffing Ltda, empresa terceirizada responsável pela contratação da auxiliar administrativa, alegou que o supervisor não era seu empregado e que não poderia responder pelos atos dele, além de afirmar que a funcionária nunca sofreu qualquer assédio. A LG também negou ser a empregadora da vítima. A juíza responsável pelo caso inicialmente condenou as empresas a pagarem R$ 10 mil de indenização, mas as empresas recorreram da decisão, argumentando que ofereciam canais para denúncia e que a empregada nunca os utilizou.
Para a relatora do recurso, desembargadora Eloína Machado, o ambiente de trabalho era desrespeitoso e assediador, com um tratamento humilhante. Ela observou que as empresas foram coniventes, já que nada fizeram para acabar com a situação. Considerando a gravidade da conduta empresarial, a desembargadora aumentou o valor da indenização para R$ 15 mil. O g1 entrou em contato com a Manpower Staffing Ltda e aguarda uma resposta da empresa.
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