A essa altura já estaria morto

Por Luiz Santos, Radialista e Jornalista

“Homem é morto dentro de lava-jato enquanto trabalhava”. Essa seria a manchete de alguns veículos de comunicação. Outros diriam “mais um homicídio registrado em Feira de Santana. Ao lado, a clássica pergunta policial “ele tinha passagem pela polícia, Dr.(a)?”

Assim acontece em Feira de Santana e no Brasil quando alguém é assassinado ou morre supostamente em confronto com a polícia, ou através do famoso "Alto de Resistência". Na ocorrência policial diz que os policiais “reagiram a injusta agressão”, e que o acusado “foi socorrido para um hospital e não resistiu aos ferimentos”.

Caso tivesse sido um policial a vítima, a essa altura o homicida estava sendo cassado para “com a mesma moeda”. O homicida quando encontrado não seria preso e apresentado à Polícia Judiciária, mas sim, seria metralhado. Era questão de honra vingar a morte de um companheiro de farda, seria como um troféu a ser exibido.

Na tarde de segunda-feira, 22, um cidadão, identificado por José Luiz Borges Santos, de 41 anos, foi assassinado dentro do seu local de trabalho. O assassino é policial militar e médico. O motivo, segundo informações colhidas, a vítima não aceitava o relacionamento da filha de 17 anos com o PM acusado.

A impunidade é tamanha nesse país que, em menos de 24 horas do referido homicídio, o acusado se apresentou voluntariamente na delegacia e pela mesma porta que entrou saiu livremente, como se nada tivesse acontecido.

Espera-se que esse bárbaro homicídio, com requintes de crueldade no qual o principal acusado, frio e calculista, planejou e executou a vítima sem que esta tivesse direito a defesa. Que o culpado seja punido segundo as leis vigentes desse país.

Resta lembrar que não se quer aqui que nenhum policial seja executado, como acontece quase que diariamente no Brasil, pois esses verdadeiros abnegados do serviço de segurança pública dão sempre o seu melhor para combater a violência e defender a população. Por outro lado, a justiça precisa ser feita.

Quer-se punição para aqueles policiais que praticam crimes. Aos bons polícias, fica aqui os nossos parabéns!