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Pobreza. História. Pessoas e Estados da Federação

Por: Carlos Alberto

23/07/2024 13h42
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Timur Weber - Pexels
Timur Weber - Pexels

“Vamos precisar de todo mundo
Pra banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova
Vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado
E quem não é tolo pode ver”.
(Beto Guedes)

Pobre não deve, no sentido estrito do verbo dever. Ou melhor, raramente deixa de cumprir com suas obrigações, sobretudo financeiras. São sim, credores, fruto da ganância e usura dos mais poderosos e/ou inescrupulosos. Deus criou o mundo, criou a natureza com recursos suficientes para que todos se apropriassem de acordo com suas necessidades. Mas os seres humanos gananciosos, usuráveis, sem escrúpulos, que só pensam em acumular mais e mais riquezas, fizeram com que os bens fossem distribuídos e apropriados de forma muito desigual.

“Terra! És o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro
Tu que és a nave, nossa irmã”.
(Beto Guedes)

Trazendo essas reflexões para o Brasil, quando o “bom mocinho” português, chamado Cabral e seus depredadores, não tinham outro objetivo senão atender aos interesses da Coroa Portuguesa: explorar terras além mar. Tínhamos de tudo no Brasil para nosso povo. Um país rico em toda sua extensão e diversidade com riquezas animais, vegetais, minerais, hídricas e, porque não dizer, social.  

Riquezas intocadas, bem usadas e preservadas pelos povos indígenas. Tudo bem harmonizado e distribuído. Chegam os exploradores portugueses, exploram, escravizam, doutrinam, roubam nossas riquezas e implantam, de forma cruel, a categoria “pobre”. Pobres povos nativos, pobres índios. Depois, para suprir a mão de obra no processo incontido de exploração, trazem pobres africanos. Escravizam até a exaustão e incorporam em nossa sociedade a categoria “pobre negro”.

Nessa sequência, a título de desenvolver a colônia, refém da metrópole, tem início o processo concentrador de desenvolvimento no Centro-Sul. Determina-se, a partir desse marco, outro processo: de exclusão e dependência de outras regiões do país. Norte e Nordeste à margem do processo concentrador do desenvolvimento. 

Instauram-se, deliberadamente, as regiões pobres para servirem de fornecedores de mão de obra barata para o promissor polo industrial e urbano do Centro-Sul. Vê-se, portanto, que o processo é histórico. Ricos e pobres. Nos dias atuais circula nas manchetes da imprensa nacional a dívida dos Estados brasileiros e do Distrito Federal com a União. Escancara-se a realidade. Os ditos "ricos" são que mais devem: 90% da dívida com a união é responsabilidade de São Paulo, Rio de Janeiro,  Minas Gerais e Rio Grande do Sul, os grandes devedores. 

Querem ajuda! Querem negociação! Querem perdão! Querem tratamento diferenciado! E quem sempre honrou seus compromissos? Quem nem teve oportunidade de contratar dívidas, e que são tratados com os mesmos rigores da lei? Que benefícios terão? Pelo menos uma política compensatória? Mais uma vez trabalham para os "ricos". Os pobres, como antes, são penalizados pelo modelo de desenvolvimento concentrador referido. Pelos favorecimentos com incentivos fiscais, investimentos em infraestrutura de base, etc. E agora? Querem que paguemos essa conta.

Tentam amenizar a situação no Congresso Nacional, com propostas ditas “compensatórias”. Esmolas! Não se pode esconder o sol com a peneira. A proposta é sim, mais uma vez beneficiar os mais ricos. O pior, as regiões menos favorecidas são rotuladas de preguiçosas, e que vivem usurpando as riquezas da “locomotiva” do país. Abramos os olhos, senhores governadores e governadoras. Sobretudo das regiões, dos estados menos favorecidos. Saibamos negociar. Afinal...

“Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Para melhor construir a vida nova
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois”.
(Beto Guedes)

Por: Carlos Alberto - Professor e Radialista e Pedro Torres - Engenheiro Agrônomo

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