De acordo com dados do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma em cada dez pessoas na Bahia não sabe ler nem escrever, resultando em uma taxa de analfabetismo de 12,6%, quase o dobro da média nacional de 7%. A Bahia lidera há 31 anos o número absoluto de pessoas analfabetas no Brasil, apesar de uma redução de 16,6% para 12,6% entre 2010 e 2022.
Cláudia Costin, ex-diretora de Educação do Banco Mundial e presidente do Instituto Singularidades, analisa essa situação. “O Brasil demorou muito para colocar todas as crianças no ensino primário, o que só ocorreu na última década do século XX. Mesmo com a universalização do acesso às escolas, ainda existem analfabetos com anos de escolaridade, porque não mudamos a forma de atuar dentro das escolas”, afirma Costin. Ela destaca que a metodologia de ensino não foi suficientemente adaptada para garantir a aprendizagem de todos.
O analfabetismo na Bahia também revela desigualdades raciais. A taxa é de 11,3% entre brancos, 12,7% entre pardos e 13,3% entre negros. “Há mais analfabetos negros do que brancos e pardos, mesmo com a grande concentração de população negra no estado”, observa Costin. Ela também aponta que a necessidade de dividir o tempo entre trabalho e estudo contribui para a evasão escolar e o analfabetismo, afetando mais crianças e adolescentes negros.
Em resposta aos dados, o Governo da Bahia destacou a redução do analfabetismo em todos os municípios baianos e a posição do estado como o de menor taxa de analfabetismo no Nordeste. A Secretaria de Educação do Estado (SEC) promove iniciativas como o Projeto Estadual Paulo Freire e o programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atualmente atende cerca de 125 mil pessoas em 1025 escolas de 403 municípios.
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