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Saúde Câncer

Câncer causou mais de 650 amputações de pênis no Brasil em 2023, diz Ministério da Saúde

Maior causa é a falta de higiene do órgão

04/02/2024 08h13 Atualizada há 1 ano
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Médico — Foto: GETTY IMAGES via BBC
Médico — Foto: GETTY IMAGES via BBC

Em 2023, o Brasil registrou 651 amputações – totais e parciais – de pênis e 454 óbitos em decorrência do câncer de pênis. No Dia Mundial de Combate ao Câncer, neste domingo (4), os dados do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Urologia alertam para a necessidade do diagnóstico rápido da doença, segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Distrito Federal, o médico Fransber Rodrigues.

    "Os homens [e pessoas com pênis] não procuram o médico no início do quadro. [...] É muito comum o câncer de pênis chegar em estágio avançado, pois têm vergonha, não mostram para ninguém. Chegam com infecção secundária, mau odor. Eles acham que vão melhorar e ficam dois, três, quatro meses sem buscar atendimento", diz o urologista. 

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O Brasil é considerado um país com alta incidência de câncer de pênis. Apenas no Distrito Federal, em 2023, a Secretaria de Saúde registrou oito amputações do órgão na rede pública e quatro mortes. Uma das principais formas de prevenir a doença é a higiene diária.

Sinais de alerta e diagnóstico precoce

De acordo com o médico Fransber Rodrigues, há alguns sinais de alerta que podem ser identificados:

Mancha, ferida, rugosidade, tumor ou úlcera na glande (cabeça do pênis), na pele que cobre a cabeça do pênis ou no corpo do pênis, secreção branca (esmegma), aumento anormal, mudança de cor da pele do pênis ou prepúcio (tecido da cabeça do pênis).

    "O câncer de pênis começa no exterior, sempre se inicia no exterior, que é onde tem agressão pela má higiene, pelo [papilomavírus humano] HPV. Ele começa como rugosidade que não melhora e vai piorando, como uma mancha que não melhora e, principalmente, feridas que não cicatrizam”, explica o urologista. 

Se houver algum dos sinais descritos acima, o especialista aponta que é preciso buscar atendimento médico. "O diagnóstico precoce do câncer de pênis é essencial para melhores resultados no tratamento da doença e evitar a amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas", diz Fransber Rodrigues.

Como prevenir o câncer de pênis?

Para prevenir o câncer de pênis, a regra é básica, segundo o urologista Fransber Rodrigues: lavar diariamente com água e sabão. Além disso, sempre que houver relações sexuais e masturbação, a recomendação é lavar logo depois.

Para os pacientes com fimose – o estreitamento anormal do prepúcio (pele que recobre o final do pênis), impedindo ou dificultando a exposição da glande (cabeça do pênis) – o médico recomenda a operação da fimose. "Por ser um dificultador da higienização do pênis, há chances de contrair o câncer", diz o urologista.

A utilização do preservativo e a vacinação contra o HPV são medidas que previnem a contaminação pelo papilomavírus humano HPV, que é um fator de risco para o câncer de pênis.

Fatores de risco para câncer de pênis

    Má higiene
    Fimose
    Infecção por HPV
    Tabagismo

Como é o tratamento do câncer de pênis?

Os possíveis tratamentos, de acordo com o Ministério da Saúde, variam de caso a caso, mas consistem na remoção cirúrgica da lesão ou tumor no pênis, radioterapia ou quimioterapia. A forma que o tratamento será desenvolvido varia de acordo com a extensão do tumor.

    "O que vai definir é o local e o tamanho da lesão. Lesões pequenas no prepúcio, tira a pele do prepúcio e acabou. Na glande, pode tirar parte da glande. Lesões não tão avançadas, pode fazer amputações parciais, amputa só a glande. Casos avançados, amputação total. A maioria dos pacientes é amputação parcial, mas mesmo ela, é uma cirurgia mutilante, é uma doença mutilante”, diz o médico.

Como é depois da amputação?

Depois do pênis amputado totalmente, em relação ao sistema urinário, a uretra é colocada no períneo – região localizada na parte inferior da pelve. Já a relação sexual não é mais possível com a retirada total do membro.

Em relação à amputação parcial, em alguns casos, é possível fazer a reconstrução da parte retirada, segundo o urologista Fransber Rodrigues.

Fonte: G1

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