Governo do Estado inaugura escola de tempo integral em Feira

Aconteceu na manhã desta segunda (17) no bairro Aviário em Feira de Santana, a inauguração do Escola Estadual de Tempo Integral, com salas climatizadas, piscina semi olímpica, teatro, campo de futebol, biblioteca entre outros. Estiveram presentes no evento além do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o presidente da CONDER (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia) José Trindade, o ministro Chefe da Casa Civil Rui Costa e o Ministro da Educação do Governo Lula (PT) Camilo Santana.

Em entrevista ao Conectado News, o presidente da Conder, José Trindade, comentou sobre a importância dessa e de outras obras que estão a caminho, bem como suas pretensões políticas para 2024.

"Fica evidente com a vinda do Ministro da Educação Camilo Santana e do Ministro Rui Costa a essa inauguração junto com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), a importância que é para o governo federal essa parceria, com o retorno de Lula (PT), temos o reconhecimento de toda a esfera federal para a Bahia e nesse momento com a vinda desses ministros acompanhando o governador mostra a importância, e esse colégio serve como referência para a educação de todo o estado da Bahia, uma escola de tempo integral, salas climatizadas, o melhor padrão de qualquer tipo de escola, hoje é um orgulho muito grande para todos nós baianos entregar escolas estaduais nesse padrão pela Bahia".

Sobre seu futuro político e apoio de Rui Costa para disputa da prefeitura em Salvador, Trindade diz que aguarda decisão de Jerônimo.

"Fazemos parte de um grupo político comandando na Bahia pelo governador Jerônimo Rodrigues. Quem não gostaria de ter o apoio de um governador que está no patamar de um grande ministro da Casa Civil do governo Lula, reconhecido pelo presidente, com competência, seriedade, dedicação e a força de trabalho que ele tem, claro que isso me envaidece muito, mas no momento oportuno o governador Jerônimo junto a pessoas como o senador Jaques Wagner (PT), sentarão a mesa e definirão o nome e as estratégias de cada disputa em qualquer município do estado da Bahia".

Segundo Trindade, as obras do Centro de Convenções terão início em agosto e as da Lagoa Grande previsão de término em 120 dias.

"Em relação ao Centro de Convenções, é um processo que temos, vai abrigar 1.600 pessoas, no auditório 224 pessoas e um grande teatro que fará parte desse complexo que já foi publicada a licitação no Diário Oficial do Estado, no início de agosto esse processo da licitação deve ser aberto, para depois possamos encaminhar todo o processo licitatório e iniciar as obras. É um projeto em que o governador do Estado tem essa preocupação porque o Centro de Convenções junto com teatro vai levar lazer, geração de emprego, por que quando você tem um grande Centro de Convenções você traz turismo, negócios, geração de emprego e renda dentro de um negócio só. Com relação a Lagoa Grande, é um processo que já tivemos a oportunidade de fazer, local que hoje é um ponto turístico em Feira de Santana e com mais 120 dias concluiremos a drenagem das ruas anexas", disse.

Confira a entrevista na íntegra em nosso podcast.

A professora Eli Pedreira, que estudou a maior parte de sua vida no bairro Aviário, ressalta a importância da escola para a comunidade.

"Hoje é um dia de imensa Glória, satisfação, glória e alegria, por estar sendo entregue à comunidade um equipamento como esse como toda a comunidade merece ter, isso representa a realização de um trabalho árduo de Dr. Machado que começou isso lá atrás juntamente com sua esposa Dona Ana e hoje ver materializado de uma forma tão brilhante, um equipamento como esse, esperamos que todos os estudantes valorizem essa história e sigam adiante com ela, conservando esse equipamento e transformando outras vidas, porque a minha vida foi transformada com a escola Paulo VI, primeiramente com o Monteiro Lobato, quando fui aluna, depois voltei como professora do Paulo VI e hoje para mim é um imenso orgulho participar desse momento histórico da comunidade do Aviário", disse.

Ministro da Educação Camilo Santana

O Ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a importância das escolas de tempo integral e destacou que as escolas cívico militares foram descontinuadas por dois motivos, a questão legal e porque na visão do ministro é um modelo que não apresenta bons resultados.

"Em 2019, uma deputada aliada do governo, apresentou um projeto de lei no Congresso Nacional para criar as escolas cívico militares em todas as redes de educação básica do Brasil, foi considerado inconstitucional, não há previsão legal na LDB (Lei de Diretrizes Básicas), previsão legal no Plano Nacional de Educação, temos um impasse legal. O governo federal criou através de decreto, destacando recursos do Ministério da Educação e transferiu para o Ministério da Defesa, e é importante que as pessoas saibam a diferença entre as escolas cívico militares e a escola militar, estas continuam, a escola militar que são federais, têm regimento federal, todo o regramento legal, as escolas militares estaduais também tem toda a sua base legal, modelo pedagógico estadual. De 138 mil escolas públicas que temos no Brasil, apenas 202 adotaram, uma adesão de 0,14% e dos recursos que o ministério repassou aos municípios foram gastos 0,24%. Uma outra distorção, é que estávamos sendo questionados pelos tribunais de contas, um professor vai para a escola ganhar R$ 5 mil reais, e eu pego um aposentado do Ministério da Defesa ganhando 9 mil reais botando 20 pessoas dentro de uma sala apenas, monitorar essas escolas não é papel do MEC, nenhuma escola dessa será prejudicada, aluno, professor, esse modelo será mantido, das 202 escolas,  108 já desistiram e as que ficarem permanecerão até o final do ano letivo e vamos construir uma transição, queremos que essas escolas se transformem em escolas de tempo integral, atenda a estratégia hoje do governo federal de implantar uma escola de tempo integral, profissionalizante, então, apenas para deixar bem claro, a motivação foi uma questão legal e que essa não é a estratégia que tem mostrado bons resultados na educação pública desse país", disse.

Camilo Santana ressaltou a importância do diálogo entre a União, estados e municípios e que a a educação é prioridade do governo.

"Nos últimos anos do Brasil, os governadores e prefeitos tiveram muita dificuldades de dar encaminhamentos e ações ao MEC, o ministério fechou as portas, não havia diálogo, prioridade, haja vista que em quatro anos o Brasil teve cinco ministros da educação, inclusive envolvidos em escândalos a nível nacional, essa retomada do presidente Lula (PT) traz a esperança não só do povo brasileiro, mas também dos prefeitos e governadores, a primeira determinação do presidente foi abrir as portas do MEC, voltar a ter diálogo, fortalecer o pacto federativo entre municípios, estados e o governo federal, um dos primeiros governadores que eu recebi quando assumir o ministério foi o governador da Bahia Jerônimo Rodrigues (PT), porque durante esse período as iniciativas partiram voluntariamente por parte dos governadores e prefeitos sem apoio do governo federal, faço um lembrete da época da pandemia, qual foi o apoio que o Ministério da Educação deu aos estados e municípios com relação a pandemia nas escolas que tiveram de ser fechadas? Muito pelo contrário, muitas das iniciativas foram feitas pelos governadores e prefeitos que deram apoio a alimentação dos alunos, aulas remotas, infraestrutura, e agora estamos reconstruindo esses laços. Fiquei encantado com essa escola, e o MEC vai apoiar não só a Bahia, mas todos os estados da federação, porque essa é uma determinação do presidente Lula que coloca a educação como prioridade do seu governo", afirmou.

Ao ser indagado a respeito do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e do Novo Ensino Médio, o Ministro disse que o Novo Ensino Médio está suspenso, ate resultado da consulta feita pelo governo com alunos e profissionais do ensino.

"Não foi esse governo que implementou o Novo Ensino Médio, foi aprovado em 2017 pelo Congresso Nacional foi implementado o primeiro ano em 2022 e já está em agendamento, reconhecemos que o processo foi construído sem diálogo, investimento em infraestrutura e capacitação de professores, através de uma Medida Provisória do presidente anterior, portanto a nossa ideia e essa foi a determinação do presidente Lula, que havia necessidade de fazer um amplo diálogo, abrimos uma consulta pública, ouvimos mais de 150 mil alunos através do WhatsApp, ouvimos professores, entidades, secretários estaduais de Educação, o Fórum Nacional de Educação, Conselho Nacional dos Trabalhadores da Educação e Conselho Nacional de Educação, finalizamos a consulta no início de julho, estamos preparando os relatórios finais para convocar as entidades especialistas, convocar o Congresso representando a Comissão de Educação da Câmara e Senado Federal, porque essa construção precisa ser dialogada, porque quem implementa a política do ensino médio são os estados, é preciso ouvir a todos, para que possamos apresentar ao presidente Lula e ao Congresso Nacional, aquilo que é necessário fazer de mudanças, por que queremos o melhor ensino médio para o jovem desse país, é isso que vamos trabalhar para em breve apresentar as mudanças necessárias para o Novo Ensino Médio, com relação ao ENEM, não muda nada, suspendemos a implantação do Novo Ensino Médio,  até a conclusão final da consulta e no relatório final será definido se haverá mudanças ou não para o ENEM nos anos seguintes", concluiu.

Confira na íntegra em nosso podcast.

Reportagem: Edvaldo Peixoto e Hely Beltrão