O câncer de próstata é o tumor mais comum em homens com mais de 50 anos. Segundo estatísticas americanas, um em cada oito homens desenvolverá câncer de próstata no decorrer da vida, porém somente um homem em cada 41 morrerá da doença. O que prova que o diagnóstico e tratamento da doença de forma precoce pode salvar vidas. Em entrevista ao Programa Levante a Voz, da Rádio Sociedade News FM, o urologista especialista em laparoscopia e robótica, o Dr. Eduardo Cerqueira, o câncer de próstata tem uma alta incidência e por isso motivou a campanha do Novembro Azul.
“O câncer de próstata ele é um câncer que é extremamente comum, ele tem uma incidência, uma prevalência muito grande e é o que mobilizou inclusive o Novembro Azul, essa campanha que tem no mês de novembro para o diagnóstico precoce da doença.”, explicou.
Dr. Eduardo Cerqueira explicou que a doença no estágio inicial é assintomática. “Geralmente quando você tem um câncer que ele é localizado ou seja aquele câncer que é passível de cura, o paciente não tem sintomas, ele não tá sentindo nada, então nesse momento o que ele tem que fazer é a avaliação comum que é o toque e o PSA. Quando o médico faz o toque e o PSA existem os sinais de suspeita uma alteração, um nódulo, uma área endurecida, um PSA mais elevado, tudo isso gera suspeita, não dá o diagnóstico. Mas havendo essa suspeita o paciente pode ser encaminhado para um exame complementar como uma ressonância, ou chegar já e fazer logo a biópsia e aí com a biópsia é que a gente tem o diagnóstico da existência ou não do câncer.”.
O médico destacou que apesar de assintomático, existem fatores de risco para o câncer de próstata que devem servir de alerta. “O câncer de próstata principalmente na fase localizada ele não dá sintomas, ele dá sintomas na fase avançada. Agora existem algumas situações em que aumenta o risco do paciente ter um câncer. Então se ele tem uma história familiar de algum parente, principalmente parente próximo, pai, avô, irmão que teve ou tem câncer de próstata, se for um paciente da cor negra ele tem um fator de risco genético maior relacionado ao câncer de próstata. O tabagista ele tem um risco maior. Então esses fatores eles aumentam a probabilidade do câncer, mas o câncer localizado realmente ele não tem sintoma, o sintoma vai ter um câncer avançado que é aquele câncer que já invadiu outras estruturas. Geralmente o câncer de próstata ele gera metástase para os ossos e causa dor óssea, que é muito comum. E quando o câncer está muito grande ele também obstrui a drenagem da urina e o paciente faz retenção urinária, tem dor, dificuldade para urinar, até sangramento na urina, e isso aí pode ser um câncer já avançado, mas no geral quando o tumor é passiva de cura o paciente não sente nada.”, afirmou.
Apesar da Sociedade Brasileira de Urologia recomendar que pacientes que não tenham fator de risco faça seus exames a partir dos 50 anos, Dr. Eduardo Cerqueira alertou para o fato da miscigenação incluir boa parte dos baianos na lista dos que devem iniciar o acompanhamento médico para rastreamento do câncer de próstata um pouco mais cedo. “A recomendação de avaliação para o câncer de próstata, pela Sociedade Brasileira de Urologia, seria a partir de 50 anos para quem não tem fator de risco, para quem tem fator de risco a partir dos 45. Um dos fatores de risco que sempre chama atenção é o seguinte: a raça negra é fator de risco e aqui em nossa região, aqui na Bahia você encontrar alguém que não tenha nenhum parentesco com alguém de raça negra é muito difícil, nosso povo é um povo miscigenado. Então a recomendação pela Sociedade Brasileira de Urologia é que se você tem um dos fatores de risco é já começar a partir dos 45 anos, então isso é um fator importante. Outra coisa importante também, você tem uma história familiar de câncer, esse paciente ele deve buscar no mínimo 10 anos a menos do que a idade do parente dele que teve câncer ou a partir dos 45, o que vier primeiro.”, alertou.
O médico ainda frisou que o exame não deve ser motivo de preocupação para os homens. “Para os pacientes que tem receio de realizar o exame, o que eu gostaria de dizer o seguinte: é um exame rápido, depois que o paciente faz o exame ele não tem queixas, não se incomoda, porque o exame é realmente rápido, não é doloroso. Eu sempre alerto que quando o paciente chega no consultório da gente, a gente faz um exame de toque identifica que não tem nada ele já sai pela porta pensando em outras coisas que ele vai fazer, ele vai pensar na conta que tem que pagar, no negócio que ele vai fechar, no compromisso que ele tenha acertado, e aquele exame ali no momento que ele sai na porta, ele já esquece, porque não causa nenhum tipo de trauma, nenhum tipo de problema. Agora quando o paciente chega e ele já tem uma doença presente, isso vai acompanhar ele por muito tempo. Então o paciente ele tem que se preocupar com a doença e não com o exame. A doença que vem mudar a vida, que vem interferir na qualidade de vida dele de uma forma definitiva, o exame não. Então fique tranquilo passe por seu médico e faça sua avaliação que é mais importante.”, concluiu.
Reportagem Jessica Campos
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