Bahia

Denúncia revela risco em carceragem superlotada de Serrinha

Foto: Polícia Civil

Uma denúncia anônima recebida por nossa reportagem revela um cenário de grave superlotação e risco iminente à integridade física de policiais, custodiados e da população que frequenta a Delegacia Territorial de Serrinha, no interior da Bahia.

Segundo o denunciante, que pediu sigilo absoluto por temer represálias, a unidade — que possui apenas duas celas, cada uma com capacidade para apenas dois presos, totalizando quatro vagas — estaria atualmente abrigando 23 custodiados.

Ainda de acordo com o relato, os detentos permanecem confinados em condições consideradas insalubres. Em dias recentes, as temperaturas externas na cidade chegaram a 33°C a 34°C, e, segundo o denunciante, a temperatura interna das celas seria ainda maior, ultrapassando 36°C. “Não há ventilação adequada, não há estrutura. Pessoas já passaram mal lá dentro”, afirma.

O denunciante também alerta para o risco de motins, tentativas de fuga e tomada de reféns, ressaltando que a carceragem da delegacia não foi projetada para manter presos por longos períodos.

Ele relata que, apesar de serem presos da Justiça — que deveriam ser encaminhados ao sistema penitenciário em até 72 horas — muitos permanecem por vários dias na delegacia, que não possui estrutura nem pessoal para desempenhar essa função.

“Delegacia não é lugar de preso da Justiça. E nós, policiais, ficamos expostos, sem condições de garantir nossa própria segurança e a da população que procura atendimento”, desabafa. O denunciante também afirma que servidores precisam fornecer alimentação diária aos custodiados, atividade que não faz parte de suas atribuições.

Ainda segundo a denúncia, o Ministério Público e a cúpula da Polícia Civil teriam ciência da situação, mas até o momento não teriam adotado medidas para solucionar o problema.

O denunciante alerta que, caso mais custodiados sejam encaminhados à unidade sem solução imediata, a situação pode fugir ao controle.

Potencial de tragédia

“A superlotação torna tudo imprevisível. Quando abrimos a cela, há presos dormindo no chão, encostados à grade. Uma cela está com 11 pessoas, a outra com 12. É um cenário que pode levar a uma tragédia a qualquer momento”, conclui o relato.

Mayara Nayllanne

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