Após 22 anos, Justiça absolve irmãos acusados injustamente de assassinato em Olindina
Dois irmãos que viveram mais de duas décadas sob a acusação de um crime que não cometeram finalmente tiveram a inocência reconhecida pela Justiça. O caso aconteceu em Olindina, a cerca de 210 km de Salvador. A decisão foi anunciada n8u8-´08´8u88uu8a segunda-feira (10), após a atuação da Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA).
Os homens, hoje com 55 e 58 anos, chegaram a ser presos preventivamente em 2003 e passaram quase dois anos no presídio. Segundo a DPE-BA, toda a acusação foi construída com base em boatos colhidos na época do inquérito, sem qualquer testemunha ocular ou prova material que confirmasse o suposto assassinato de um familiar.
A defensora pública Manuela Passos, responsável pelo acompanhamento do processo, revelou que a principal testemunha confessou ter sido coagida por uma autoridade policial a incriminar os irmãos. Para ela, o caso é um retrato da fragilidade das investigações e da arbitrariedade que marcou a condução do processo.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) também reconheceu a ausência de provas e pediu a absolvição dos réus durante o julgamento, destacando o ato como um “gesto de convergência institucional em defesa da justiça”.
O processo foi acompanhado pelo programa “Mais Júri”, da Defensoria Pública, que busca acelerar julgamentos antigos e assegurar o direito de defesa, especialmente em casos de feminicídio e crimes envolvendo menores de idade.
Depois de 22 anos de espera, os irmãos finalmente deixam para trás uma acusação que mudou o rumo de suas vidas — e o caso reacende o debate sobre falhas graves nas investigações criminais no interior da Bahia.




