40 milhões de brasileiros apostaram no último ano, revela pesquisa
Número é apontado em levantamento da CNDL/SPC. Futebol lidera aposta esportiva, preferência da maioria dos entrevistados; Brasileirão é destaque
Nova pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que cerca de 40 milhões de brasileiros realizaram ao menos uma aposta online nos últimos 12 meses. O levantamento, conduzido em parceria com a Offerwise Pesquisas, indica que as apostas esportivas são as mais populares, representando 54% do total, com destaque entre os homens.
Segundo o estudo, 35% dos entrevistados afirmaram ter começado a apostar por curiosidade, enquanto 22% o fizeram em busca de ganhos rápidos e 22% por entretenimento. O gasto médio mensal é de R$ 187, podendo chegar a R$ 255 nas classes A e B. O Pix aparece como o meio de pagamento mais utilizado (76%), seguido pelo cartão de crédito (11%).
A pesquisa não vai mais a fundo nas preferências dos apostadores, mas levantamento de uma plataforma autorizada pelo governo preenche esse espaço. Segundo dados de aposta esportiva de uma bet, o futebol aparece como líder, concentrando 88% do volume de palpites e mais de 83% dos usuários ativos na plataforma. Em seguida, vêm o tênis (7%) e o basquete (3%).
Campeonatos como o Brasileirão, a Libertadores e a Premier League figuram entre os principais torneios mais escolhidos pelos apostadores. A modalidade “resultado final” é o tipo de aposta esportiva mais popular, representando 42% das operações realizadas.
Outras modalidades, como vôlei, futsal e esportes virtuais, apresentam crescimento menor, mas indicam uma diversificação gradual entre os apostadores brasileiros. De acordo com dados da própria KTO, o valor médio das apostas de futebol é de R$ 5, com preferência por jogos ao vivo: o formato concentra quase metade das apostas realizadas.
No Senado, o debate sobre a tributação das apostas esportivas voltou ao centro das discussões com o projeto apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). A proposta eleva a contribuição social sobre a receita bruta das bets de 12% para 24%, destinando metade da arrecadação extra a estados e municípios que perderam receita do IRRF devido à ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
O texto também aumenta a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para bancos e fintechs, de forma a equilibrar a arrecadação federal. Segundo estimativas apresentadas no Senado, a nova taxação pode gerar R$ 5 bilhões em receitas adicionais em 2026, subindo para R$ 6,6 bilhões até 2028.
O relator do projeto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou em seu relatório que “a aprovação do projeto coopera para o equilíbrio fiscal brasileiro” ao tornar a tributação mais progressiva e condizente com o potencial de setores altamente lucrativos da economia digital.
Como parte das medidas de controle sobre o setor, o Ministério da Fazenda determinou que as bets terão 72 horas para bloquear contas de beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC). A decisão cumpre uma determinação do Supremo Tribunal Federal,.
Um sistema automatizado de verificação cruzará dados das operadoras de apostas com cadastros públicos, permitindo a identificação e suspensão imediata de contas vinculadas a beneficiários ativos. Caso o jogador deixe de receber o auxílio, o acesso poderá ser restabelecido.




